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domingo, 5 de maio de 2019

Cuidemos de nós



Cuidemos de Nós
por LUX
Reformador (FEB) Jan 1920


            Em 1907, com esta epígrafe, trazendo a assinatura ‘Luziar’, o ‘Jornal Espírita’ que se  publicava em Juiz de Fora, inseriu a página que, linhas abaixo, transcrevemos; por se nos afigurar oportuna nos indecisos tempos que correm, sendo a mesma precedida da seguinte dedicatória: “Aos que mais quero, aos meus irmãos e aos que me não queiram, com todo o fervor de minha obscura existência, rogando ao Pai bênçãos de luz que nos esclareçam, esta humilde página consagro, alimentando, apenas, um desejo: QUE A HUMANIDADE CAMINHE SEGUNDO AS LEIS DO SENHOR.”

Eis a página:

I

            “Crer, amar e progredir, eis a divisa que ora vos trago e que também adoto.

            Acreditemos em Deus, com o maior carinho de nossa vida; a Ele nos consagremos em todos os atos, por forma tal que nosso pensamento não cesse de O procurar e que nossa vontade se não faça enquanto a dEle se não fizer em nós!

II
            Amemos os nossos semelhantes com o amor com que nos queremos para a Vida Eterna.
           
            Amemos com virtude, com a virtude moral que nos deve enriquecer a vida íntima, tornando-nos respeitosos e complacentes, resignados, humildes e submissos para com Deus, à cuja Vontade se deve subordinar a nossa; resignados, quando nos virmos sob o lMPÉRlO DA DORES, porque o sofrimento é nosso, adquirido por NOSSAS FALTAS. Regenerador de nossas almas que, purificadas, te elevarão para o Grande Ser.

III

            Sejamos complacentes e respeitosos: complacentes à imperfeição de nossos semelhantes, dos quais não devemos murmurar, pois, somos imperfeitos e nem sempre NOS JULGAMOS A NÓS MESMOS!

            Sejamos respeitosos para conosco: não nos deixemos dominar por sentimentos ambiciosos e de perversidade que os ESPÍRITOS DA TREVA nos sugerem.

            Amemos, portanto, os nossos semelhantes com o pensamento em Deus suplicando-Lhe por todos, a fim de sermos rodeados e queridos pelos trabalhadores da Sagrada Vinha, pois, praticaremos a mais bela das virtudes – CARIDADE.
IV

           Operemos o nosso progresso: façamos tudo quanto nos tem sido recomendado pelas observações cristãs, atendendo-as com amor, virtude e perseverante trabalho.

            Não olvidemos o dia de AMANHÃ, em verdade vos quero falar, embora, - ai de mim - reconhecendo que sou muito imperfeito, pois, a meu ver, não tarda o Dia em que seremos julgados segundo os nossos atos: uma voz, que ainda ouço, me falou e creio que era verdadeira por que meu pensamento estava em Deus.

            Referindo-se Aquele que nos vem chamar ao cumprimento da Vida Espiritual, quando eu julgava de minhas ações, num exame de consciência, a voz, que me falou. Assim me fez escrever:

Ele!

Quando Ele aparecer em toda a sua luz,
Realizando o ideal da existência em que está:
Quando o Tempo lhe vier, o ambicionado Tempo
Que mui longo se fez e perto já se vê;
Quando o DIA surgir, esse Dia de Paz,
De Justiça, de Amor, de Esperança e de Prêmio,
Aos que seguem na terra a jornada de dor;
Quando calma, feliz, a alvorada da Vida
Se lhe fizer presente - esse querido instante
Em que vai realizar o que lhe está predito;
Quando Ele aparecer em toda sua luz,
Misterioso fulgor, esplêndido clarão,
Numa Graça de Deus, numa bênção de Amor;
Quando ele aparecer da “provação” aceita
Ressurgindo da TREVA em que o “supõe” perdido,
Inútil, conturbado, e sem governo já;
Quando Ele aparecer em todo o seu brilho,
Afugentando o MAL e proclamando o BEM...
Vós outros que O trazeis em soberba censura.
O que ‘aplaudis’ ontem e O ‘criminais’ agora;
Vós que sois da calúnia intrépidos arautos,
Vós que sois da MENTIRA interpretes fieis;
Vós todos que O apontais em vossos defeitos todos,
E esqueceis, entretanto, a imperfeição que é vossa;
Vós que não cultivais os sentimentos bons,
E no rosto trazeis a máscara da bondade...
Vós que O tendes deixado imerso na tristeza,
Porque é quem se acusa e não O defendeis!
Quando Ele aparecer - ó vós que sois bons!
Quando Ele aparecer à luz do Grande- Dia,
Conduzidos sereis à cadeira doa réus
Que Ele quis ocupar para poder julgar-vos!
E o dia já se faz... o Dia da Sentença!
Em que Ele vai surgir – ó vós que o condenais!
................................................................................
Quando Ele aparecer na Luz que Deus lhe dá,
Nesse dia de Paz, de Justiça e de Amor,
Aos humildes buscando e confundindo os grandes;
Quando Ele aparecer, Exaltado por Deus,
No horror da confusão - almas pobres de Luz:
Então exclamareis envergonhados – Ele?”

            Considerando o que acima está e que, talvez, nos seja de bom aviso, uma frase me ocorre à imaginação e, com ela, se conclua a presente página: O DESCUIDO CRIMINOSO E  DEPLORÁVEL dos deveres espirituais, é  causa da infelicidade dos povos e dos que se vão para outra vida. 

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