O
orgulho
por Brant Horta
Reformador
(FEB) Janeiro 1920
O orgulho é a manifestação mais ridícula
da ignorância, como é a revelação mais perigosa do pecado.
É o egoísmo mais triste e a cupidez
mais louca querendo, nas asas do Ícaro, vencer os segredos dos céus e subir
mais alto que Deus.
É uma espécie de miragem nas trevas,
que faz ver reflexos de auroras onde não há senão clarões de fogos-fátuos.
É o inimigo mais cruel da caridade,
porque conduz consigo o Desprezo, a Inveja, a Hostilidade, os Ódios, a Vingança,
a Astúcia, o Embuste, a Desumanidade, a Crueldade, e onde estão estes males,
está o amor de si próprio, que é o menosprezo de Deus, por conseguinte a negação
do Bem.
É a mais terrível das embriaguezes,
porque é a embriaguez do espírito; é a mais triste das cegueiras, porque é a
cegueira da alma.
Assim com o Bem erigiu o seu pedestal
na humildade, o Mal assentou o seu trono no orgulho.
Quem vive no orgulho, vive trancado numa
esfera de sombra onde nada mais vê que o seu próprio eu, e onde Deus mesmo não
é mais que o reflexo da sua entidade.
O inferno surgiu da rebeldia que
tentou sobrepor-se a Deus.
Esta revolta nasce da ânsia gulosa
de primazia.
E este desespero devorador de
prioridade teve origem no orgulho que embriagou espíritos luminosos,
atirando-os na cegueira eterna.
Quem vive no orgulho não pode viver
a vida do Céu, subir ao Senhor, amar o próximo, compreender a Verdade, saborear
o Bem, ter a percepção da beatitude, porque quem está no Orgulho não se
regenerou e quem não se regenerou não pode entrar no Reino de Deus.
Se fosse possível partir-se no Inferno
o cetro de Satanás - o Orgulho - os anjos rebeldes poderiam voltar ao seio do
Senhor, porque estariam curados da cegueira eterna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário