Na
hora da prece
por Yó
Reformador
(FEB) Janeiro 1920
Como se faz dolorosa e triste esta
existência! Indago, percorro todos os escaninhos de minha alma, para conhecer a
causa de meus sofrimentos e nada encontro! Não sei porque sofro tanto!
Aqueles que se diziam presos a mim
pelos laços de amizade, já pedi; contei as mágoas de minha vida, as cruéis
provações de minha jornada, e em nada me valeram: a todos causei dó e nada mais!..
Oh! Deus de minha alma, que hei de fazer?
Já que me tens experimentado tanto, dá-me, agora, uma inspiração, pois, do mundo
nada mais espero. Aqui neste âmbito de tenebrosas lutas só predomina o ouro,
terrível látego das almas simples e bem formadas.
Ouro! Maldito metal que enxota os
mais delicados sentimentos de uma alma, os mais puros e elevados surtos da
imaginação!
Os ambiciosos e maus, abrem as mãos
e alegres o deixam correr para a jogatina, beberagens e toda sorte de depravações; mas se
um infeliz pai de família pede-lhes uma esmola para socorrer as necessidades de
seu lar, negam-lhe e com uma piedade fingida,
dizem:
Vieste tarde, meu amigo,
infelizmente, agora, estou desprevenido...
E assim são os homens: quanto mais
avultada lhes é a fortuna, mais ambiciosos e tiranos se tornam!
Oh céus! perdoa os infelizes e
dá-me, de novo, a paz de que tanto necessito.
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