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sexta-feira, 10 de maio de 2019

Grandes e Pequenos



Grandes e pequenos
por Jopax
Reformador (FEB) Janeiro 1920

            Os GRANDES são os pequenos: os limpos de coração.

            Não está a excelência do homem nos seus haveres materiais, senão em seus predicados morais.

            Ser grande é ser justo, ter mais consciência que razão; sentir-se pequenino, no meio dos grandes e grande com humildade, no meio da pequenez.

            Ha prantos no palácio e risos na choupana: no palácio o homem é da Terra, na choupana o homem é do Céu. O palácio é uma fantasia: sugestiona; a choupana uma verdade: comove -e a comoção é o amor, como a fantasia a mentira do amor.

            Grande foi Cristo, arrastado, erguido ao madeiro; - pequenos os grandes que o condenaram, que lhe cuspiram nas santas faces.

            A grandeza está na glória, no orgulho mesmo de ser pequeno! Os grandes só pelo ouro de seus cofres e pelos palácios que possuem, pelas sedas que vestem, são semelhantes a essas flores de fascinador policromia, cujo perfume é nauseativo e maléfico. Nem sempre a grandeza material corresponde a grandeza moral.

            O mendigo não é um escárnio, mas um estimulador, o instrumento divino da caridade cristã.

            Quando o necessitado sorri, Deus premia e agradece a quem deu riso ao sofrimento.

            A consciência do Bem é muito, o impulso do Bem, é mais.

            Deus legou-nos. por Cristo, o Decálogo - um poema em dez versos; Homero. a Ilíada e a Odisseia: Deus é conhecido por todos, embora não crido por alguns, que o não podem negar: Homero é conhecido por alguns. E por que? Porque o Decálogo é única e exclusivamente um hino de amor; e o homem nasce no amor, vive do amor e deve morrer no amor. O amor é, pois, o princípio, o meio e o fim da vida: o amor é a própria vida.

            Grandes, onde está vossa grandeza? Respondam os que se julgam grandes, que os pequeninos ficarão em silencio.

            Não odeio as galas, o luxo, o belo material; tudo tem sua utilidade. Compadeço-me, porém, dos que fazem das galas, do luxo, do belo material, enfim, objeto, instrumentos de humilhação para os que o mundo chama =-a plebe, a massa, anônima, o povinho!..

            Na Justiça de Deus, como na do homem reto e relativamente puro - os ÚLTIMOS SÃO os PRIMEIROS.

            A Justiça só reconhece uma hierarquia -a hierarquia do mérito moral.

            Quando o grande abraça o pequeno, é o grande que se eleva e não o pequeno que se engrandece: o MÉRITO está em QUEM PRATICA O BEM e não em quem O RECEBE.

            Grandes da Terra, onde está vossa grandeza?

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