Pesquisar este blog

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Doenças da Alma


Doenças da Alma
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Março 1962

            Na forja moral da luta em que temperas o caráter e purificas o sentimento, é possível acredites estejas sempre no trato de pessoas normais, simplesmente porque se mostrem com a ficha de sanidade física.

            Entretanto, é preciso pensar que as moléstias do espírito também se contam.

            O companheiro que te fala, aparentemente tranquilo, talvez guarde no peito a lâmina esbraseada de terrível desilusão.

            A irmã que te recebe, sorrindo, provavelmente carrega o coração ensopado de lágrimas.

            Surpreendeste amigos de olhos calmos e frases doces, dando-te a impressão de controle perfeito, que soubeste, mais tarde, estarem caminhando na direção da loucura.

            Enxergaste outros, promovendo festas e estadeando poder, a escorregarem, logo após, no engodo da delinquência.

            É que as enfermidades do espírito atormentam as forças da criatura, em processos de corrosão inacessíveis à diagnose terrestre.

            Aqui, o egoísmo sombreia a visão; ali, o ódio empeçonha o cérebro; acolá, o desespero mentaliza fantasmas; adiante, o ciúme converte a palavra em látego de morte...

            Não observes os semelhantes pelo caleidoscópio das aparências.

            É necessário reconhecer que todos nós, Espíritos encarnados e desencarnados em serviço na Terra, ante o volume dos débitos que contraímos nas existências passadas, somos doentes em laboriosa restauração.    

            O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.

            Deixa, assim, que a compaixão retifique em ti próprio os velhos males que toleras nos outros.

            Se alguém te fere ou desgosta, debita lhe o gesto menos feliz à conta da moléstia obscura de que ainda se faz portador.

            Se cada pessoa ofendida pudesse ouvir a voz inarticulada do Céu, no instante em que se vê golpeada, escutaria, de pronto, o apelo da Misericórdia Divina: "Compadece-te!"

            Todos somos enfermos pedindo alta.

            Compadeçamo-nos uns dos outros, a fim de que saibamos auxiliar.

            E mesmo que te vejas na obrigação de corrigir alguém - pelas reações dolorosas das doenças da alma que ainda trazemos -, compadece-te mil vezes, antes de examinar uma só.


Nenhum comentário:

Postar um comentário