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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

'Não sejas um deles'



Não sejas um deles
Bezerra de Menezes
por W Vieira
Reformador (FEB) Maio 1963

            Um dos aspectos marcantes na vida do companheiro de fé, ainda encarnado, é a formação do ambiente espírita.

            O seguidor do Espiritismo não pode existir isolado; à face disso, o meio doutrinário para ele se revela importantíssimo, por indispensável.

            Nesse meio há de necessariamente granjear a euforia cristã e a oportunidade de servir, com o devido apoio espiritual na defesa de si próprio.

            Há elevado número de irmãos relegados à margem das tarefas do bem, por ainda não haverem conquistado ambiente fraterno onde desabotoar o coração; paralisa-os a timidez, detêm-nos variadas inibições e a ausência de comunicabilidade lhes frena, lamentavelmente, o impulso criativo. Não sejas um deles.

            De maneira invariável, é óbvio que partilhamos verdadeira eficiência em serviço  tão só no grupo humano em que nos integremos, segundo os princípios da afinidade; urge, no entanto, fazer concessões de nossa parte. Nada nos fará deparar com cenáculos de anjos na Terra, mas seremos indubitavelmente atraídos para os ninhos de todos aqueles cujos pensamentos sintonizam com os nossos.

            Do mesmo modo que os Espíritos evoluem e se aprimoram em falanges entrelaçadas pela semelhança de gostos, tendências, ideais e princípios, o homem, pela, própria condição da existência terrestre, vê-se obrigado a pertencer a certo clã social, e o espírita, por sua vez, é impelido para determinado círculo doutrinário.

            Entretanto, não nos é lícito imitar a tartaruga na carapaça...

            Somos convidados a sair de nós próprios, a compreender, a edificar, a extravasarmo-nos nas boas obras... Por essa razão guardemos o júbilo espontâneo de expandir-nos na fraternidade para a descoberta incessante de novas luzes; cultivemos amizades por tesouros da alma; concretizemos as próprias convicções na vida prática.

            Quem se isola furta-se de cooperar no rendimento da vida; além disso, faz-se órfão de alegria, na posição de tutelado constante do sofrimento.

            Observa, pois, se já constituíste o teu ambiente doutrinário.

            Analisa a ti mesmo, repara se desfrutas euforia natural nesse ambiente, se te reconfortas dentro dele e esforça-te para desenvolver com eficiência a parte de serviço que te compete na equipe de ação redentora a que pertences.

            Habitua-te, desde agora, a trabalhar em conjunto na condição de peça útil e essencial no mecanismo do bem, porque somente assim alcançarás, um dia, o ingresso venturoso à Vida Espiritual, como Obreiro do Bem, ante os sóis do Infinito.


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