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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

'Animismo e Espiritsmo'


Animismo
e Espiritismo


Cristiano Agarido (Ismael Gomes Braga)
Reformador (FEB) Fevereiro 1961

            Em seu excelente livro "Animismo ou Espiritismo?", Ernesto Bozzano nos demonstra cabalmente que o Animismo (manifestações de vivos) prova o Espiritismo (manifestações mediúnicas de mortos), porque quem se manifesta é sempre o Espírito, quer esteja encarnado ou desencarnado.

            As comunicações mediúnicas de encarnados, muito mais raras do que as de desencarnados, ficaram perfeitamente demonstradas nas obras de William Thomas Stead.

            Com Eusápia Paladino só conhecemos uma manifestação de vivo que vem relatada nas páginas 252/3 de "Hipnotismo e Mediunidade", de César Lombroso. Leiamos:

            "Certo dia, disse Eusápia ao Sr. R.: - "Este fantasma vem por tua causa." E imediatamente caiu em profunda letargia. Apareceu então mui formosa mulher, com os braços e espádua cobertos com as bordas da cortina, porém deixando adivinhar as formas. Cobria-lhe a cabeça véu finíssimo, soprou cálido hálito no dorso da mão de R., levou-lhe a mão aos cabelos e lhe mordeu levemente os dedos. Nesse entretempo, Eusápia dava gemidos prolongados que denotavam penoso esforço, que cessou ao desaparecer o fantasma. Este foi visto por dois outros dos presentes, e voltou mais vezes. Pediu-se lhe que se deixasse fotografar. A isso assentiram Eusápia e "John", mas o fantasma, acenando com a cabeça e as mãos, se opôs e rompeu por duas vezes a chapa fotográfica. Pediram que se obtivesse ao menos o molde de suas mãos, mas, desta vez ainda, o fantasma fez repetidos gestos de negativa, com CL cabeça e as mãos, e, conquanto Eusápia e "John" prometessem interceder pelo nosso desejo, nada conseguiram.
            "Na última sessão, a promessa de Eusápia se tornou mais intensa, e os habituais três golpes de assentimento se repetiram várias vezes, e, com efeito, se ouviu na câmara o ruído de mão submergindo no líquido; segundos depois, R. teve na mão um bloco de parafina com o molde completo, porém, u'a mão fluídica, saída da câmara, o fez em pedaços. Tratava-se - soubemos depois - de mulher viva, porém adormecida, outrora amante de R., residindo na mesma cidade, e que tinha grande interesse em não deixar prova de sua identidade."

            Este simples fato confirma a tese de Bozzano: se essa mulher podia comunicar-se mediunicamente com seu amigo durante o sono de seu corpo, poderia fazê-lo igualmente depois da morte do corpo.

            Sobre a incultura de Eusápia em seu estado normal, copiamos a seguinte nota de Lombroso:

            "Eusápia é quase iletrada, decifra com dificuldade uma página impressa e não entende as letras manuscritas, sem que lhe sejam lidas e explicadas." (Pág. 258)
            Sobre a existência do corpo astral ou perispírito, Lombroso tem uma hipótese muito interessante. Transcrevamo-la da página 279:

            "Com esta experiência, salvo equívoco, nos avizinhamos mais intimamente dos fenômenos, melhor direi, do organismo assim chamado - espirítico, aqueles representantes transitórios, remanescentes do Além, dos quais não se quer admitir a existência, por pudor científico, não obstante a tradição universal renovada por milhares de fatos que continuamente repululam sob nossos olhos. E se descobre que estes corpos parece pertencerem àquele outro estado da matéria, ao estado radiante, que agora que pos seu pé firme na Ciência, oferecendo assim a única hipótese que pode conciliar a crença antiga, universal, da persistência de algum fenômeno da vida depois da morte, com os postulados da Ciência segundo os quais - sem órgão não há função, e isso se concilia, sob nossos olhos, nas experiências espiritistas."

            Parece claro que possa haver órgãos invisíveis, desconhecidos de nossa Ciência, e assim funções quase sempre fora do alcance de nossos sentidos, que realmente alcançam tão pouco!


            Quantos ‘mundos’ invisíveis tem sido descobertos nestes últimos tempos! 

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