Animismo
e
Espiritismo
Cristiano Agarido (Ismael
Gomes Braga)
Reformador
(FEB) Fevereiro 1961
Em
seu excelente livro "Animismo ou Espiritismo?", Ernesto Bozzano nos
demonstra cabalmente que o Animismo (manifestações de vivos) prova o
Espiritismo (manifestações mediúnicas de mortos), porque quem se manifesta é
sempre o Espírito, quer esteja encarnado ou desencarnado.
As
comunicações mediúnicas de encarnados, muito mais raras do que as de
desencarnados, ficaram perfeitamente demonstradas nas obras de William Thomas
Stead.
Com
Eusápia Paladino só conhecemos uma manifestação de vivo que vem relatada nas
páginas 252/3 de "Hipnotismo e Mediunidade", de César Lombroso.
Leiamos:
"Certo dia, disse Eusápia ao Sr. R.: -
"Este fantasma vem por tua causa." E imediatamente caiu em profunda
letargia. Apareceu então mui formosa mulher, com os braços e espádua cobertos
com as bordas da cortina, porém deixando adivinhar as formas. Cobria-lhe a
cabeça véu finíssimo, soprou cálido hálito no dorso da mão de R., levou-lhe a
mão aos cabelos e lhe mordeu levemente os dedos. Nesse entretempo, Eusápia dava
gemidos prolongados que denotavam penoso esforço, que cessou ao desaparecer o
fantasma. Este foi visto por dois outros dos presentes, e voltou mais vezes.
Pediu-se lhe que se deixasse fotografar. A isso assentiram Eusápia e
"John", mas o fantasma, acenando com a cabeça e as mãos, se opôs e
rompeu por duas vezes a chapa fotográfica. Pediram que se obtivesse ao menos o
molde de suas mãos, mas, desta vez ainda, o fantasma fez repetidos gestos de
negativa, com CL cabeça e as mãos, e, conquanto Eusápia e "John" prometessem
interceder pelo nosso desejo, nada conseguiram.
"Na última sessão, a promessa de Eusápia se
tornou mais intensa, e os habituais três golpes de assentimento se repetiram
várias vezes, e, com efeito, se ouviu na câmara o ruído de mão submergindo no
líquido; segundos depois, R. teve na mão um bloco de parafina com o molde
completo, porém, u'a mão fluídica, saída da câmara, o fez em pedaços.
Tratava-se - soubemos depois - de mulher viva, porém adormecida, outrora amante
de R., residindo na mesma cidade, e que tinha grande interesse em não deixar
prova de sua identidade."
Este
simples fato confirma a tese de Bozzano: se essa mulher podia comunicar-se mediunicamente
com seu amigo durante o sono de seu corpo, poderia fazê-lo igualmente depois da
morte do corpo.
Sobre
a incultura de Eusápia em seu estado normal, copiamos a seguinte nota de
Lombroso:
"Eusápia é quase iletrada, decifra com
dificuldade uma página impressa e não entende as letras manuscritas, sem que
lhe sejam lidas e explicadas." (Pág. 258)
Sobre
a existência do corpo astral ou perispírito, Lombroso tem uma hipótese muito
interessante. Transcrevamo-la da página 279:
"Com esta experiência, salvo equívoco, nos
avizinhamos mais intimamente dos fenômenos, melhor direi, do organismo assim
chamado - espirítico, aqueles representantes transitórios, remanescentes do
Além, dos quais não se quer admitir a existência, por pudor científico, não
obstante a tradição universal renovada por milhares de fatos que continuamente
repululam sob nossos olhos. E se descobre que estes corpos parece pertencerem
àquele outro estado da matéria, ao estado radiante, que agora que pos seu pé
firme na Ciência, oferecendo assim a única hipótese que pode conciliar a crença
antiga, universal, da persistência de algum fenômeno da vida depois da morte,
com os postulados da Ciência segundo os quais - sem órgão não há função, e isso
se concilia, sob nossos olhos, nas experiências espiritistas."
Parece
claro que possa haver órgãos invisíveis, desconhecidos de nossa Ciência, e
assim funções quase sempre fora do alcance de nossos sentidos, que realmente
alcançam tão pouco!
Quantos
‘mundos’ invisíveis tem sido descobertos nestes últimos tempos!
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