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‘As
Vidas
Sucessivas’
por Adauto de Oliveira Serra
Livraria Editora da Federação Espírita
Brasileira
1943
REMINISCÊNCIAS E PREMONIÇÕES
Negando
os pseudo sábios e materialistas, a possibilidade da comunicação dos Espíritos,
como explicar o idioma ou os conhecimentos que o médium exterioriza, sem ter
consciência da linguagem que fala ou da ciência que explana?
Afastada
a hipótese da transmissão do pensamento, por não ser, o assunto ventilado, do
conhecimento do médium e de nenhum dos assistentes; eliminada toda e qualquer
possibilidade de fraude; tomadas todas as precauções necessárias em tais
experimentações, como no caso da filha do juiz Edmond, presidente do Tribunal
Norte americano, só nos resta o subconsciente, onde, dizem os materialistas,
achar-se armazenado o conhecimento adquirido. Mas se esse conhecimento o médium
não o obteve na atual encarnação, fica patente o conhecimento de Espírito em encarnações
anteriores, o que reforça a afirmativa espírita da reencarnação.
Sobre
este assunto, diz Maeterlinck em "A Morte", pág. 177: - "As provas e contraprovas repetidas dão
sempre resultados idênticos; e o médium nunca hesita e nunca se perde no dédalo
dos nomes, das datas e dos fatos. Demais seria necessário que aqueles médiuns -
geralmente de inteligência medíocre - se tornassem subitamente poetas de gênio para
criar assim uma série de caracteres absolutamente diferentes entre si, no gesto,
na voz, no temperamento, na moral, nos pensamentos, na sensibilidade; e para
estar sempre prontos a responder, conforme a sua natureza mais íntima, às perguntas
mais imprevistas".
Francisco
Cândido Xavier - o humilde e modesto caixeirinho de Pedro Leopoldo, em suas comunicações psicografadas, prova à saciedade
a comunicação dos Espíritos, ou o conhecimento adquirido em existências pretéritas.
Ainda
Maeterlinck em sua obra citada, pág. 153,refere-se a Stainton Moses. Diz ele:
"O caso de Stainton Moses é, a este
respeito, muito impressionante. Stainton Moses era um padre americano, dogmático,
consciencioso e, no estado normal, a sua instrução, segundo informa Myers, não
excedia a de um vulgar mestre-escola. Mas, apenas ele se achava em transe,
certos Espíritos da antiguidade ou da Idade Média, que só dos eruditos são
conhecidos, como, entre outros Grocyn, amigo de Erasmo, tomavam posse da sua
pessoa e manifestavam-se por seu intermédio,"
citando ainda outros
tais como Hipólito, Plotino, Atenódro - preceptor de Tíbério, etc.
Mas
voltemos aos casos de reminiscências e premonições: Teófilo Gautier e Alexandre
Dumas, pai, experimentaram reminiscências de suas vidas anteriores; Ponson du
Terrail e Méry recordavam-se de fatos que se haviam realizado muitos séculos
antes, com eles próprios.
Ramakrishna
afirmava ter sido sua vida passada o sábio Chaztanya. Pitágoras recordava-se de
ter assistido o cerco de Tróia. Juliano considerava-se uma reencarnação de
Alexandre e Epemenides confessava que fora Eacus numa de suas encarnações
anteriores.
Um
caso interessante é registrado com todas , as provas por Lancelin, em sua obra
- "La Vie Posthume", e reproduzida na revista carioca "Leitura
Para Todos", de Setembro de 1913: É o próprio Dr. Carmello Samona, de
Palermo, doutor em Medicina e em direito, quem faz suas próprias declarações,
para a revista italiana "Filosofia Della Scienza"; Após uma doença
gravíssima, minha filhinha Alexandrina, de cinco anos de idade, deixava de
existir. Ficamos inconsoláveis, até que minha própria esposa ouviu a voz de
nossa filhinha, dizendo-lhe que voltaria novamente para o nosso meio. Ela,
entretanto, se conservava incrédula, pois motivado por uma operação estava
impossibilitada de conceber de novo. E o Espírito persistia em suas afirmativas, marcando datas e pormenores
que afinal se realizaram conforme havia predito. Tudo se cumpriu rigorosamente,
nascendo os gêmeos antes do Natal, sendo um deles uma cópia fiel da Alexandrina
morta. E as semelhanças foram morais e físicas: hiperemia do olho esquerdo,
ligeira seborreia no ouvido direito e uma ligeira assimetria facial, conforme
bem acentua o próprio pai, Dr. Samona, com o decorrer dos anos.
Para
encerrar este capítulo, transcrevemos o que narra Maeterlinck em um apêndice da
pág. 152 do seu livro "A Morte":
"Numa
reunião provocada por William Stead, a predição do assassínio do rei Alexandre
e da rainha Draga veio com as minúcias mais circunstanciadas. Fizeram dessa
predição um relatório assinado por umas trinta testemunhas; e Stead foi no dia
seguinte suplicar ao ministro da Sérvia, em Londres, que prevenisse o rei do
perigo que o ameaçava. Alguns meses depois, realizava-se o acontecimento,
conforme tinha sido anunciado".
As
precognições, as reminiscências ou as premonições que se cumprem fielmente são
provas racionais da imortalidade da alma, da reencarnação e da comunicação dos
Espíritos.
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