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‘As
Vidas
Sucessivas’
por Adauto de Oliveira Serra
Livraria Editora da Federação Espírita
Brasileira
1943
AS VIDAS SUCESSIVAS
"O berço
tem seu ontem e a tumba,
o seu
amanhã". Victor Hugo
Kardec
resumiu o princípio reencarnacionista nos seguintes termos: "Nascer, viver, morrer, renascer ainda,
tantas vezes quantas forem necessárias, para que a nossa evolução se elabore e
o nosso aperfeiçoamento espiritual se complete".
Só
a reencarnação esclarece os meninos prodígios, que são espíritos já amadurecidos
em existências anteriores: Lope de Vega foi poeta aos 5 anos; Balzac aos 8 já
escrevia comédias; Alexandre Dumas leu a História Universal de Buffon aos 4
anos; Walter Scott já lia aos 3 e aos 11 escrevia baladas; Goethe com 7 anos
sabia latim e versificava nessa língua; aos 9 escreveu um poema em latim, grego
e alemão; Herbert Spencer escreveu obras monumentais, sem estudo; dentre elas
citaremos: "Estatística Social", sem nada conhecer sobre ética;
"Biologia", sem ler a "Origem das Espécies" e “Sociologia" sem
estudo de Comte ou Tylor. Enorme contraste com a educação aprimorada
de Stuart Mill, conforme faz notar Will Durant, em "História da
Filosofia".
E
para encerrar esta longa série de "Espíritos amadurecidos", pois que
já vimos citando em capítulos anteriores, lembraremos ainda Pico de La
Mirandola, célebre pela sua precocidade e ciência". Desde a idade de 10
anos se tornara um dos maiores oradores e poetas do seu tempo. Era ele que se
ufanava de poder discutir "de omni rescibili et quibusdam allis" (de
todas as coisas conhecidas e várias outras ainda)" (De "A
Gazeta" de 1-2-1940).
Sabendo-se
que o gênio não se transmite hereditariamente, apesar das "unidades
fisiológicas" de Spencer, as "gêmulas" de Darwin, os "micelos"
de Noegell, as "pangêneses" de De Vries e os "bióforos" de
Weismann, mas um todo somático ainda em formação e desenvolvimento. Só o
Espírito já é completo desde a sua origem, retornando à Terra para evoluir,
aprender, educar-se, regenerar-se, galgando em cada etapa, mais um degrau no próprio
aperfeiçoamento. Ninguém ainda se esqueceu da menina de Delhi (Índia), a qual
mereceu um comentário do Sr. Plinio Barreto, no "Estado" de 24-5-1936.
Poderemos
explicar racionalmente esses fatos todos pela predestinação, pela graça ou pelo
milagre do catolicismo? Ou é mais lógico compreende-los pela doutrina
palingenética, como aconselha o bom senso?
Estamos
vendo que o Evangelho de Jesus, os versos de Virqílio, as religiões indus e egípcias,
os povos druidas, Pitágoras e o próprio Gregório de Nissa, pregam, alto e bom
som, a pluralidade das existências, através dos mais remotíssimos tempos.
Pela
reencarnação se revela a Justiça de Deus que dá a cada um segundo as suas obras.
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