segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

14. "As Vidas Sucessivas"



14

‘As Vidas
Sucessivas’

por  Adauto de Oliveira Serra

 Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira

1943


AS VIDAS SUCESSIVAS


"O berço tem seu ontem e a tumba,
o seu amanhã".      Victor Hugo


            Kardec resumiu o princípio reencarnacionista nos seguintes termos: "Nascer, viver, morrer, renascer ainda, tantas vezes quantas forem necessárias, para que a nossa evolução se elabore e o nosso aperfeiçoamento espiritual se complete".

            Só a reencarnação esclarece os meninos prodígios, que são espíritos já amadurecidos em existências anteriores: Lope de Vega foi poeta aos 5 anos; Balzac aos 8 já escrevia comédias; Alexandre Dumas leu a História Universal de Buffon aos 4 anos; Walter Scott já lia aos 3 e aos 11 escrevia baladas; Goethe com 7 anos sabia latim e versificava nessa língua; aos 9 escreveu um poema em latim, grego e alemão; Herbert Spencer escreveu obras monumentais, sem estudo; dentre elas citaremos: "Estatística Social", sem nada conhecer sobre ética; "Biologia", sem ler a "Origem  das Espécies" e “Sociologia" sem estudo de Comte ou Tylor. Enorme contraste com a educação aprimorada de Stuart Mill, conforme faz notar Will Durant, em "História da Filosofia".

            E para encerrar esta longa série de "Espíritos amadurecidos", pois que já vimos citando em capítulos anteriores, lembraremos ainda Pico de La Mirandola, célebre pela sua precocidade e ciência". Desde a idade de 10 anos se tornara um dos maiores oradores e poetas do seu tempo. Era ele que se ufanava de poder discutir "de omni rescibili et quibusdam allis" (de todas as coisas conhecidas e várias outras ainda)" (De "A Gazeta" de 1-2-1940).

            Sabendo-se que o gênio não se transmite hereditariamente, apesar das "unidades fisiológicas" de Spencer, as "gêmulas" de Darwin, os "micelos" de Noegell, as "pangêneses" de De Vries e os "bióforos" de Weismann, mas um todo somático ainda em formação e desenvolvimento. Só o Espírito já é completo desde a sua origem, retornando à Terra para evoluir, aprender, educar-se, regenerar-se, galgando em cada etapa, mais um degrau no próprio aperfeiçoamento. Ninguém ainda se esqueceu da menina de Delhi (Índia), a qual mereceu um comentário do Sr. Plinio Barreto, no "Estado" de 24-5-1936.

            Poderemos explicar racionalmente esses fatos todos pela predestinação, pela graça ou pelo milagre do catolicismo? Ou é mais lógico compreende-los pela doutrina palingenética, como aconselha o bom senso?

            Estamos vendo que o Evangelho de Jesus, os versos de Virqílio, as religiões indus e egípcias, os povos druidas, Pitágoras e o próprio Gregório de Nissa, pregam, alto e bom som, a pluralidade das existências, através dos mais remotíssimos tempos.

            Pela reencarnação se revela a Justiça de Deus que dá a cada um segundo as suas obras.


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