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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

9. 'As Vidas Sucessivas'




9

‘As Vidas
Sucessivas’

por  Adauto de Oliveira Serra

 Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira

1943



MAETERLINCK


            O livro de Mauricio Maeterlinck intitulado "A Morte", tem sua tradução portuguesa feita pelo ilustre filólogo Dr. Cândido de Figueiredo, e foi editado em 1917 por A. M. Teixeira – Lisboa. Consta o volume de cerca de trezentas páginas.

            Abramo-lo na pág. 159 e já nos sentiremos satisfeitos quanto à opinião que faz Maeterlinck a cerca dos fenômenos espíritas, e sobretudo da reencarnação: 

            "Entretanto, já é muito o sabermos que ainda não foi destruída absolutamente, por investigações rigorosamente científicas, uma teoria que altera radicalmente a ideia que fazíamos da morte".

            Convidamos, pois, a todos os de boa vontade a estudar conosco a reencarnação, não como um dogma impositivo, mas como principio doutrinário digno de reflexão e análise, como uma filosofia que consola e edifica.

            Demos a palavra ao próprio autor de "A Morte", para que discorra sobre a transmiqração das almas:

            "Não se pode negar que, de todas as hipóteses religiosas, a reencarnação é a mais plausível e aquela que menos briga com a nossa razão. Tem por si, o que não é para depreciar, o apoio das religiões mais antigas e mais universais, as que, incontestavelmente, têm ministrado à humanidade maior soma de sabedoria, e cujas verdades e mistérios ainda não conseguimos esgotar".

            "Na realidade, toda a Ásia, donde nos proveio quase tudo que sabemos, sempre acreditou, e acredita ainda, na transmigração das almas".

           Annie Besant, o apóstolo notável da teosofia nova, disse com muita justeza:

            - "Não há doutrina filosófica, que tenha atrás de si passado tão magnífico, tão repassado de intelectualidade, como a doutrina da reencarnação. Não as há, que tenham por si, como ela, o peso da opinião dos homens mais sábios; não há nenhuma, como declarou Max Müller, a cerca da qual tão completamente tenham concordado os maiores filósofos da humanidade.”

            Aqui termina a opinião de Annie Besant, que Maeterlinck endossa, reproduzida nas págs. 78 e 79. Logo adiante, pág.80, fazendo um estudo comparativo da justiça reencarnacionista, diz Maeterlinck que a reencarnação

            "é incomparavelmente superior à justiça do céu bárbaro e do monstruoso inferno dos cristãos, em que eternamente se recompensam ou punem virtudes ou pecados, muita vez pueris, inevitáveis ou fortuitos".

            Falando sobre a pluralidade das existências, diz Maeterlinck, à pags. 188:

            "Nunca houve crença mais bela, mais justa, mais pura, mais moral, mais fecunda, mais consoladora, e, até certo ponto, mais verossímil".



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