Meditações e
Máximas Espíritas
Luiz de
Oliveira
Reformador
(FEB) Novembro 1920
Feliz o homem que sofre e que, orientado
pelos preceitos espirituais que discernem a reencarnação, nos vai vens da vida
atribulada, tem intuição de suas existências anteriores por meio das inclinações
más que, a luz da consciência, ardorosamente procura repulsar.
No combate dessas tendências, reconhecendo
imperfeições que o inferiorizaram, compreende e abençoa a justiça das dores que
o aflijam, sentindo-se necessitado de progresso espiritual para vence-las, ora,
vigia o rebanho de seus pensamentos e evita, cuidadosamente, inclinações
conturbadoras que lhe prejudiquem a alma. Lutador inquebrantável, enfrenta, corajoso,
todas as difamações com que lhe procurem diminuir o
merecimento, a dignidade, a honra, perdoando e esquecendo a desatenção dos ofensores
que o persigam, por compreender, nestes, credores de suas vidas passadas ou
inimigos que lhe experimentam a paciência, a tolerância e o valor dos bons
sentimentos de que se deseja tornar
mensageiro. Desse modo, fortalecido pelos emissários de Jesus, sente-se bem em
todas as situações, por piores que sejam. Na abundância, socorre os necessitados,
evitando que lhe peçam ou lhe agradeçam, para não os humilhar, pois sabe que a
caridade não humilha a quem a recebe mas exige humildade de quem a pratique. Na
pobreza, consola, estimula
as energias que se vão esgotando e o pouco que possui divide, fraternalmente,
com o que mais precisa. Na miséria ou na indigência, alentado pela fé,
recordando o Cristo na manjedoura, ou nos suplícios da condenação que o
conduziu à cruz, exorta os seus irmãos em sofrimento, descortinando lhes a vida
futura, prometedora de gozo, de paz e de harmonias inigualáveis, ao que
persevera na virtude, na paciência, no amor e no perdão! Assim
procedendo, sorri como quem motivos não tenha para chorar, impedindo, heroicamente,
que o pranto lhe venha aos olhos, para não mais aumentar a tortura dos desgraçados
que rolam.
Feliz o homem que assim procede. Não há misérias
que o atinjam, nem dores que o apavorem! O infinito, resplendente de luz, de graça
e de bondade, lhe está presente: dele recebe consolações que os mais
afortunados do mundo não conseguem nem vislumbram, sequer!
As maravilhas da terra não têm poder sobre
ele - não o deslumbram mais, porque vive de uma grandeza maior: da grandeza da
própria alma que, sendo pobre para os que se consideram ricos e humilde para os
pequenos, atinge, na hora da prece e da meditação, as raias
da imortalidade iluminada por Jesus, que lhe sorri, dizendo: “As coisas finitas
da terra só têm poder sobre os que me não conhecem!..”
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