A Mulher Adúltera
8,1 Dirigiu-se Jesus para o Monte das
Oliveiras.
8,2 Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a Ele.
Assentou-Se e começou a ensinar;
8,3 Os escribas e os fariseus trouxeram-Lhe
uma mulher que fora apanhada em adultério.
8,4
Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: -Mestre, agora mesmo
essa mulher foi apanhada em adultério;
8,5 Moisés mandou-nos, na lei, que
apedrejássemos tais mulheres. Tu pois,
que dizes? 8,6 Perguntavam-Lhe isso, a fim de pô-Lo à prova e poderem acusá-Lo.
Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra...
8,7 Como eles insistissem, ergueu-Se e
disse-lhes:“ -Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma
pedra.”
8,8 Inclinando-se, novamente, escrevia na terra...
8,9 À estas palavras, sentindo-se acusados pelas
suas próprias consciências, eles se foram, retirando-se, um por um, até o
último.
8,10 Então, Ele se ergueu e,
vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe:“ -Mulher, onde estão os que te
acusavam? Ninguém te condenou?”
8,11 Respondeu ela: -Ninguém, Senhor.
Disse-lhe, então, Jesus: “ -Nem Eu te condeno. Vai, e não peques mais.”
Tomemos
“O Evangelho...”, de Kardec, em seu Cap.X:
“...Aquele
que estiver sem pecado lhe atire a primeira pedra,”. disse Jesus. Esta máxima
nos faz da indulgência um dever, porque não há ninguém que dela não tenha
necessidade para si mesmo.”
Para Jo (8,5)
-Tu, pois que dizes? - tomemos
“Caminho, Verdade e Vida”, de nossos irmãos maiores Emmanuel e Chico
Xavier, onde encontramos a mensagem que se segue:
“Várias vezes o espírito de má fé
cercou o Mestre, com interrogações, aguardando determinadas respostas pelas
quais o ridicularizasse. A palavra D’Ele, porém, era sempre firme,
incontestável, cheia de sabor divino.
Referimo-nos ao fato para considerar
que semelhantes anotações convidam o discípulo a consultar sempre a sabedoria,
o gesto e o exemplo do Mestre. Os
ensinamentos e atos de Jesus constituem lições espontâneas para todas as
questões da vida. O homem costuma gastar grandes patrimônios financeiros nos
inquéritos da inteligência. O parecer dos profissionais do direito custa, por
vezes, o preço de angustioso sacrifício. Jesus, porém, fornece opiniões
decisivas e profundas, gratuitamente. Basta que a alma procure a oração, o equilíbrio e a quietude. O Mestre
falar-lhe-á na Boa Nova da Redenção.
Freqüentemente, surgem casos inesperados,
problemas de solução difícil. Não ignora o homem o que os costumes e as
tradições mandam resolver, de certo modo; no entanto, é indispensável que o
aprendiz do Evangelho pergunte, no santuário do coração:
Tu, porém, Mestre, que me dizes a isto? E a resposta não
se fará esperar como divina luz no grande silêncio.”
Para Jo (8,11) -Não peques mais!
- do livro “Segue-me!”, de Emmanuel por Chico Xavier, reproduzimos:
“A semente valiosa que não ajudas,
pode perder-se.
A árvore tenra que não proteges,
permanece exposta à destruição. A fonte que não amparas, costuma secar-se. A
água que não distribuis, forma pântanos. O fruto não aproveitado, apodrece. A
terra boa que não defendes, é asfixiada pela erva inútil. As flores que não cultivas, nem sempre se
repetem. O amigo que não conservas, foge do teu caminho. A medicação que não
respeitas, na dosagem e na oportunidade de que lhe dizem respeito, não te
beneficia o campo orgânico. Assim também é a graça divina.
Se não
guardas o favor do alto, respeitando-o em ti mesmo, se não usas os
conhecimentos em ti mesmo, se não usas os conhecimentos elevados que recebes em
benefício da própria felicidade, se não prezas a contribuição que te vem de
cima, não te vale a dedicação dos mensageiros espirituais.
Debalde improvisarão eles milagres de amor e
paciência, na solução de teus problemas, porque sem a adesão de tua vontade ao
programa regenerativo todas as medidas salvadoras resultarão imprestáveis.
“Vai
e não peques mais!”
O ensinamento de Jesus é suficiente expressivo O médico
Divino proporciona a cura, mas se não a conservarmos, dentro de nós, ninguém
poderá prever a extensão e as conseqüências de novos desequilíbrios que nos
aviltarão a invigilância.”
Pedimos
sua reflexão para este pequeno escrito de Vinícius,
conforme publicado no Reformador de 16.07.1935. Título: “A Primeira Pedra”:
Alguns escribas e fariseus trouxeram
com grande alarde e escândalo uma certa mulher apanhada em adultério e,
colocando-a no meio do povo a quem Jesus ensinava, disseram: “Mestre, esta
mulher foi encontrada em flagrante adultério. Moisés ordena na Lei que tais
mulheres sejam apedrejadas; tu, porém, que dizes?
Jesus, depois de fitar por algum
tempo seus interlocutores, voltando as costas, curvou-se e foi escrevendo na
areia as seguintes considerações:
“Curioso
e digno de nota é o critério dos homens em semelhante assunto. Julgam que só as
mulheres devem ser responsabilizadas pelo crime de adultério, como se tal
delito fosse privativo delas! Estes mesmos que acabam de acusar esta pobre
pecadora são, todos eles, réus da mesma culpa. Sendo necessário, poderei
apontar a cada um as vezes que infringiu o nono mandamento da Lei.”
Enquanto Jesus escrevia, um dos
escribas, movido de grande curiosidade, aproximou-se e leu tudo o que o Mestre
grafara com o dedo no pátio da igreja; e, em seguida, foi relatar aos seus
confrades, os quais continuavam insistindo pelo parecer de Jesus acerca do caso
em apreço.
O Senhor, então, ergueu-se e disse
pausada e solenemente:
“Aquele,
dentre vós, que se julgar isento dessa culpa atire a primeira pedra.”
Estas palavras caíram como brasas
vivas sobre as consciências depravadas dos escribas e fariseus, os quais,
cientes já do que o Taumaturgo de Nazaré, profundo conhecedor dos recônditos da
alma humana, escrevera no chão, foram retirando-se, a começar pelos velhos -
que mais tempo tiveram para prevaricar - seguindo-se os menos idosos, até o
derradeiro.
Diante dessa atitude dos seus
impertinentes perseguidores, Jesus interpelou a culpada que, humilde e confusa,
aguardava seu veredicto.
-Onde
estão os teus perseguidores? Ninguém te condenou?
-Ninguém, Senhor.
-Nem
eu tampouco te condeno. Vai, e não peques mais.
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