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domingo, 31 de julho de 2011

Irmãos de Jesus


‘Irmãos de Jesus’
por  Kruger Mattos
(FEB 3ª edição - 1989)

À Guisa De Prefácio
      Rio, 5 de agosto de 1943.
                Meu caro Kruger
               
      Saúde e paz em Jesus Cristo.
     Acusando o Sr. Manoel Quintão, sem nenhum favor um dos maiores doutrinadores da filosofia espírita no Brasil, o recebimento de uma carta acompanhada do presente trabalho, em forma de conferência, que lhe fora enviada pelo seu autor, solicitando-lhe algumas palavras de apresentação, escreveu:
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     “A carta, achei-a um tanto pragmática, e a conferência me agradou muito, muitíssimo mesmo.
     Você lavrou um belo tento e, sem lisonja, que me não praz cultivar, em obediência à boa ética doutrinária, confesso que é, no gênero, o melhor trabalho de meu conhecimento.
     Suculento, erudito e de boa roupagem literária. Aceite meus parabéns, portanto, sem restrições.”

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    Fazendo, em seguida, o autor da carta, festejado publicista espírita, referência a prefácios que lhe são solicitados para apresentação de publicações, classifica de “prebenda” o sacrifício de os dar, e acrescenta:
     “E digo prebenda porque nem sempre, antes raramente, se nos oferecem obras prefaciáveis, como esta sua.
     De sorte que, a situação, ou melhor, o dilema é este: ou dizer bem do que não presta e incidir no ridículo e na censura dos competentes, ou criar desafetos, quando tantos já nos sobejam.
     Sem embargo, se você, meu caro Kruger, quiser um conselho, aqui lho dou com fidelidade de coração: dispense o prefácio. Seu trabalho não precisa de anteparos, vale pela só estrutura e o seu nome não requer credenciais.”

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                                              Irmão e servo em Cristo
                                       (as). Manoel  Quintão.”     
        

P r o ê m i o
    
 No desempenho da honrosa quão espinhosa missão de comentar os Evangelhos de Nosso Senhor Jesus Cristo, semanalmente, na sede da sociedade, fundada em Carangola, neste Estado de Minas Gerais, com a denominação de “Cenáculo de Estudos Evangélicos e Núcleo Esperantista Ismael Gomes Braga”, na qualidade de seu orador sucessivamente reeleito, ao procedermos os estudos públicos dos versículos 46 a 50 do capítulo 12 do Evangelho atribuído a Mateus, fomos obrigado a ampliar as considerações relativas ao referido ponto ou tema, a convite dos nossos companheiros daquele Tabernáculo do Senhor, de vez que enxameavam nas rodas em parlengas as insinuações e argumentos capciosos dos adversários em crença, contrários à interpretação exegética que nos apresenta o Espiritismo.
     E, já que motivos de força maior a isso nos obrigavam, para que tais estudos, feitos nuncupativamente, como têm sido, não servissem apenas no elucidar o assunto aos que ali estudam e compõem aquele humilde colégio neo-apostólico de apreciação aos estudos das Boas-Novas do Mestre, resolvemos firmá-los, estereotipando-os com o só intuito de que pudessem servir de alvo às meditações dos dedicados e pèrquiridores estudantes das verdades bíblico-evangélicas, que por motivos vários não fazem parte da nossa despretensiosa academia teológica – a qual não se dedica apenas aos estudos dos Evangelhos de Jesus Cristo, senão também ao ensino gratuito da língua universal, o Esperanto, pela qual tais Evangelhos serão conhecidos internacionalmente por todos os povos da Terra.
     Tendo sido, porém, agraciado com a honra, que nos prodigalizam os nossos irmãos espíritas do  “Centro União, Humilde e Caridade”, da culta cidade de juiz de Fora, de um convite para realizarmos uma série de conferências evangélicas, na sua sede social, bem como na de vários outros Centros Espíritas daquela cidade, tivemos o prazer de proferir, entre os demais, este pequeno estudo na sede da “União” acima referida, o qual é mais que um “Centro Grande”, porque é um Grande Centro, perante uma culta e delicada assistência de mais de mil pessoas.
     Nestas conjunturas, animamo-nos a dar publicidade ao presente exercício evangélico-espírita, entregando-o à análise das inteligências cultas dos neo-espiritualistas, estudantes do Cristianismo do Cristo, na frase do Padre Alta, para ele solicitando as bênçãos dos nossos Maiores do plano subjetivo, os Bons Espíritos, abnegados Prepostos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
     Carangola, 13 de maio de 1943.
                                                                                              Kruger Mattos.
               



Um comentário:

  1. Neste precioso, inspirado livro Kruger Matos demonstra que os chamados irmãos de Jesus eram os filhos que o viúvo José obteve do casamento anterior.Naquela região e naquele remoto tempo era comum nomear com irmão os primos, os sobrinhos e parentes chegados.

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