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quinta-feira, 21 de julho de 2011

A Infância de Jesus - 2



Jesus em Nazaré

2,19 Com a morte de Herodes, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: 2,20“ -Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino.” 2,21 José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. 2,22 Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judéia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a província da Galiléia. 2,23  E veio a habitar na cidade de Nazaré para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será chamado Nazareno.


                Para Mt (2,19-23) - Os sonhos de  José... - , esclarece Kardec em “A Gênese”:

            “Os avisos por meio de sonhos desempenham grande papel nos livros sagrados de todas as religiões. Sem garantir a exatidão de todos os fatos narrados e sem os discutir, o fenômeno em si mesmo nada tem de anormal, sabendo-se, como se sabe, que, durante o sono, é quando o Espírito, desprendido dos laços da matéria, entra momentaneamente na vida espiritual, onde se encontra com os que lhe são conhecidos. É com freqüência essa a ocasião que os Espíritos protetores aproveitam para se manifestar a seus protegidos a lhes dar conselhos mais diretos. São numerosos os casos de avisos em sonho, porém, não se deve inferir daí que tem uma significação tudo o que se vê em sonho.”

            Para  Mt  (2,19) - Sobre a “morte” de Herodes - podemos construir uma ponte que  nos levará ao livro “O Céu e Inferno”  de Allan Kardec, em seu Cap. II, que tem por tema...

“O Temor da Morte”

            O homem, seja qual for a escala de sua posição social, desde selvagem, tem o sentimento inato do futuro; diz-lhe a intuição que a morte não é a última fase da existência e que aqueles cuja perda lamentamos não estão irremissivelmente perdidos.

            A crença da imortalidade é intuitiva e muito mais generalizada do que a do nada. Entretanto, a maior parte dos que nele crêem apresentam-se-nos possuídos de grande amor às coisas terrenas e temerosos da morte! Por que?

            Este temor é um efeito da sabedoria da Providência e uma conseqüência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento.

            Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.

            À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às idéias, outro fito ao trabalho; antes dela nada que se não prenda ao presente; depois dela tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabia que aquele depende da boa ou da má direção deste.

            A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro.

            Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota de parte do Espírito encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria.

            No Espírito atrasado, a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador.

            Se, ao contrário, concentrarmos o pensamento, não no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte de misérias e dores. Para isso, porém, necessita o Espírito de uma força só adqüirível na madureza.

            O Temor da Morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote  também a necessidade de viver e o receio da destruição total; igualmente o estimula secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza.

            Este Temor decresce, à proporção que a certeza aumenta e desaparece  quando esta é completa.”

            Finaliza Kardec,

            “Os espíritas não temem a morte por não terem dúvidas sobre o futuro, encaram sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não pela porta do nada.”                  

            Para    Mt (2,23) -  Nazaré - Cidade predita pelos Profetas - leiamos Luiz Sérgio por Irene Pacheco Machado em “Dois Mundos Tão Meus”:

            “Mateus, neste versículo, não pretende citar nenhum profeta determinado, mas todo o conjunto de profecias que, no Antigo Testamento, se refere à vida humilde, oculta e desprezada aos olhos dos homens, que o Messias viveria em Nazaré. Em Jó, (1,46), vimos que os profetas se referiam a Nazaré como cidadezinha desconhecida e desprezada.”

             

                                   
                                  


                   
                                       
                                  

        

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