Os Fenômenos
Espíritas - 4
(Na Igreja Católica)
Rodolfo Calligaris
Reformador (FEB) Abril 1975
O Padre Florêncio Dubois em seu livro ‘Intercessão dos Santos na Bíblia’, dá-nos conta do seguinte:
“Átila, flagelo de Deus, arrasara Milão e tomara Pávia. Valentiano II fugira de Ravenna para refugiar-se no Vaticano. O senado romano tremia, mas o povo confiava no Papa S.Leão I, o Magno. O Santo Padre reveste os ornamentos pontificais, e os sacerdotes os paramentos litúrgicos. Átila mostra-se cordato. Mediante um tributo anual do império romano, suspende as hostilidades e sai da Itália, rumo à Gália, onde o esperava a derrota.
- Por que foste tão atencioso com o Papa? perguntou um dos generais.
- Junto ao Papa estava outra personalidade, venerável pelas cãs, e de porte majestoso. Estava de pé, em hábitos sacerdotais, porém manejava uma espada nua, com ares terríveis.
A aparição seria de S.Paulo ou S.Pedro? A tradição e o sábio Barônio pensam que era de S.Pedro”. (págs. 89/90)
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A heroína francesa Joana D’ Arc, que um tribunal eclesiástico condenou como feiticeira, herética, etc., queimando-a viva, em 30 de Maio de 1431, e que depois de quase cinco séculos (1919) foi canonizada por Bento XV, também teve visões e ouviu vozes do Além, conforme se tornou conhecido no mundo inteiro.
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O padre J. Pasquali escreveu um livro interessantíssimo, de mais de 200 páginas, para responder, com fatos, aos que dizem: “Ninguém voltou jamais do além para nos explicar o que lá viu.”
Esse livro intitula-se “Ninguém terá voltado do ‘Outro Mundo’?”, e contém trechos corajosos como este:
“O que muitos desejam saber é se, fora da narração bíblica, a história nos oferece outros testemunhos da outra vida, mais próximos de nós, mais modernos e mais verificáveis e aceitáveis sob o ponto de vista crítico (não o da fé sobrenatural).
A resposta é plenamente afirmativa” (pág. 54).
E, quase ao fim, mais isto:
“Quando aos fatos aqui narrados, que têm valor de testemunhos duma grande verdade, a existência duma Outra Vida, podemos fazer este raciocínio: Se Deus mandou do céu o seu próprio Filho, por que é que não poderá mandar outros seres, os seus anjos ou as almas dos defuntos para comunicarem com os habitantes da Terra? Se fez o máximo por meio da Encarnação e a estadia do Verbo Divino na Terra, por que não poderá mandar outros mensageiros por breve espaço de tempo?
“É fácil, igualmente, reconhecer nas aparições caracteres de conveniência e utilidade. Partindo do princípio de que não são absolutamente necessárias - bastando a Grande Revelação pública de Jesus-Cristo - as aparições trouxeram vantagens inegáveis às almas e à coletividade cristã. Deus não faz nada de vão nem de pouco sério.
“Como a comparência do Filho de Deus no mundo, a sua pregação e os seus milagres tiveram o objetivo de chamar os homens à vida eterna, assim as aparições têm o fim providencial de a lembrarem. Nem todos conhecem a mensagem de Jesus Cristo. Poucos, relativamente, mesmo entre os cristãos, lêem o Evangelho ou freqüentam as prédicas dos ministros do Senhor. Em muitíssimos, o problema da Outra Vida pouco interesse inspira. A fé na vida eterna amorteceu, sufocada pelos cuidados e afãs da vida.
“Para reconduzir as almas à verdade, chamá-las a Si, Deus dispõe de meios e modos infinitos, ordinários e extraordinários. Entre os extraordinários são muito eficazes os fenômenos sobrenaturais de que falei. A experiência e a história demonstram que multidões, e não apenas alguns indivíduos, voltaram para Deus por essa forma. Algumas das famosas aparições ocorridas nos últimos tempos produziram efeitos tão vastos e profundos que fazem pensar numa espécie de nova pregação evangélica” (págs. 187/88).
Entre dezenas de outros casos, cada qual mais impressionante, que podem ser lidos na obra em apreço, eis o que consta da página 115:
“Vivia em Foligno, no convento das terciárias franciscanas, uma freira chamada Teresa Gesta, que morreu dum ataque fulminante de apoplexia. Doze dias depois, uma colega dela chamada Ana Felicita, estando para entrar no guarda-roupa, ouviu gemidos que pareciam sair do quarto. Aterrada, dá uma olhadela ao quarto, mas não vê ninguém. Mas, eis novos gemidos e depois estas palavras: “Meu Deus, quanto sofro!” Sóror Ana reconhece imediatamente a voz da irmã defunta. Num momento, o quarto encheu-se de fumo e no meio dele apareceu a sombra da irmã Teresa que, deslizando devagar ao longo da parede, se dirige a porta exclamando: “Eis uma prova da misericórdia de Deus!” E dizendo isto, deixou na porta a marca da mão, como se a tivesse marcado com ferro quente.
“A sombra desapareceu e a irmã Ana, meio morta de terror, começa a gritar. Correm as irmãs que, ao notarem o cheiro a queimado e ao verem a marca da mão, ficam aturdidas. A irmã Ana, voltando a si, conta a visão que tivera. Rezaram toda a noite pela irmã Teresa.
“No dia seguinte, a notícia espalhou-se por toda a cidade. Muita gente compareceu ao convento para ver a porta marcada. O Bispo ordena uma investigação e, na presença de numerosas pessoas, foi aberta a tumba da freira e comprovada a identidade da marca com a forma da mão dela.
“Esta porta existe ainda hoje no convento das terciárias. Mons. Ségur, que narra o fato, no seu livro acerca do inferno, confirma, dizendo: “Vi-a. Mostrou-ma a Abadessa.”
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