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Foram inúmeros os que assim se extraviaram e contribuíram para que outros tantos também se perdessem pelos atalhos. Nada disso teria acontecido se, em vez de ser eliminada das comunidades cristãs primitivas, a mediunidade continuasse a se desenvolver, como certamente estava programado. Não podemos hoje nem sonhar com as belezas dos píncaros que teríamos alcançado no processo evolutivo, se a mediunidade tivesse sido preservada em toda a sua pureza, como existiam nas primitivas comunidades cristãs. E, nisso, não podemos transferir sumariamente aos outros toda a responsabilidade. Muitos de nós devemos bater no peito, curvados sobre a nossa humildade incipiente e dizer:
- Mea culpa, Senhor!
Foi lamentável esse extravio, e o exemplo que ficou documentadnos Atos e em algumas epístolas de Pasulo é suficiente para uma nítida apreciação do fenômeno.
Em Pafos, diante do Sérgio Paulo, Saulo, que ainda não passara a escrever seu nome à rmana, provocou mediunicamente a cegueira do mago Bar-Jésus e pela prece lhe restituiu a visão após algumas horas (Atos 13:6-12).
Em Atos 14:3, Lucas escreve que, em Icônio, Paulo e Barnabé falaram destemidamente do Senhor, ‘que lhes concedia operar por suas mãos sinais e prodígios, dando assim testemunho da pregação de sua graça’. Que sinais e prodígios são esses senão as curas, as manifestações do mundo desencarnado, as profecias, o conhecimento das coisas ocultas que os Espíritos revelavam aos dois trabalhadores do Cristo?
Em Lista (Atos 14:8 e seguintes) Paulo cura um pobre aleijado que se arrastava pelo chão e que saltou de alegria. O incidente mediúnico foi tão espetacular que os apóstolos tiveram grande dificuldade em convencer os habitantes da cidade de que não eram deuses baixados dos céus.
Em Atos 16:6, Lucas informa que os dois missionários mudaram o rumo em obediência às recomendações do mundo espiritual. Tencionavam ir à Ásia, mas o ‘espírito santo lhes havia impedido de pregar a palavra’ naquelas regiões. Não era uma proibição: os planos do mundo espiritual eram outros. A Ásia também receberia a semente, no devido tempo. E Lucas esclarece, em Atos 16:7 e seguintes, como se passaram as coisas:
- Estando já nas proximidades de Mísia pretendiam dirigir-se à Bitínia, mas não lhes consentiu o Espírito de Jesus. Atravessaram, pois, a Mísia e chegaram a Trôade. À noite, Paulo teve uma visão: um macedônio (que ele reconheceu pelas vestes) estava de pé suplicando-lhe: ‘Vai à Macedônia e ajuda-nos’. E, assim que teve a visão, imediatamente decidimos (1) ir à Macedônia, persuadidos de que Deus nos havia chamado a evangelizá-los.
(1) Primeira vez em que a ação é relatada na 1ª pessoa do plural. É que Lucas, encontrado por Paulo em Trôade, segue com a missão: ‘... chegaram a Trôade...’ e ‘...decidimos ir à Macedônia...’.
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