17CM
Meu caro padre Dubois:
Cônscio de ter, com provas esmagadoras, tiradas da História e do Evangelho,
provado que a Igreja, isto é, a Sociedade que sob
a presidência do papa com sede em Roma,
pretende ser a diretriz das consciências, não é de Jesus,
provado que a Igreja, isto é, a Sociedade que sob
a presidência do papa com sede em Roma,
pretende ser a diretriz das consciências, não é de Jesus,
não posso deixar de me referir a mais alguns tópicos da sua carta.
Diz o amigo: “Dizer-se que a Igreja começou a errar na doutrina,
depois que foi governada pelos sucessores dos Apóstolos,
é assacar as maiores injúrias a Jesus Cristo.
É proclamar o maior dos absurdos.
Sendo a Igreja assistida pelo Espírito Santo e pelo próprio Jesus,
as portas do inferno não podem prevalecer contra ela.
Será possível maior garantia? Mas o senhor diz que a Igreja errou.
Logo as portas do inferno prevaleceram contra a Igreja.
Os sucessores dos Apóstolos, por conseguinte,
tiveram, por virtude própria ou auxiliados pelo domínio,
mais poder do que o Espírito Santo e Jesus Cristo,
que garantiam a sua estabilidade.
Eles, os sucessores dos Apóstolos, operaram assim,
por virtude própria (por desgraça deles, diria eu),
o maior dos portentos – expulsaram da Igreja
o Espírito Santo e Jesus Cristo.
depois que foi governada pelos sucessores dos Apóstolos,
é assacar as maiores injúrias a Jesus Cristo.
É proclamar o maior dos absurdos.
Sendo a Igreja assistida pelo Espírito Santo e pelo próprio Jesus,
as portas do inferno não podem prevalecer contra ela.
Será possível maior garantia? Mas o senhor diz que a Igreja errou.
Logo as portas do inferno prevaleceram contra a Igreja.
Os sucessores dos Apóstolos, por conseguinte,
tiveram, por virtude própria ou auxiliados pelo domínio,
mais poder do que o Espírito Santo e Jesus Cristo,
que garantiam a sua estabilidade.
Eles, os sucessores dos Apóstolos, operaram assim,
por virtude própria (por desgraça deles, diria eu),
o maior dos portentos – expulsaram da Igreja
o Espírito Santo e Jesus Cristo.
Em 1º lugar, convém mais uma vez dizer-lhe que Jesus
não prometeu a sua assistência nem a do Espírito Santo à Igreja,
e sim os apóstolos, como reza a Escritura.
não prometeu a sua assistência nem a do Espírito Santo à Igreja,
e sim os apóstolos, como reza a Escritura.
Em 2º lugar, a confusão do amigo está,
como já tive também ocasião de dizer,
em considerar a Sociedade de Auxílios Mútuos,
que sob a direção do papa age, com a igreja que Jesus constituiu,
e que, devido aos ensinos dados pelos mutuários da mesma,
é assim considerada por todos os católicos.
Ela, entretanto, nunca foi de Jesus.
como já tive também ocasião de dizer,
em considerar a Sociedade de Auxílios Mútuos,
que sob a direção do papa age, com a igreja que Jesus constituiu,
e que, devido aos ensinos dados pelos mutuários da mesma,
é assim considerada por todos os católicos.
Ela, entretanto, nunca foi de Jesus.
Aulette, no seu dicionário,
explica do seguinte modo o que significa a palavra igreja:
“A assembléia dos cristãos em geral.” (teol.)
“A reunião de todos os fiéis que professam a mesma fé.”
Essa definição é a mesma que lhe dei há tempos,
e o amigo insiste em considerar a assembléia de padres
como sendo a Igreja. É preciso que medite sobre o que lhe digo,
pois, nem eu posso estar sempre repetindo
a mesma coisa, nem o “Correio”
explica do seguinte modo o que significa a palavra igreja:
“A assembléia dos cristãos em geral.” (teol.)
“A reunião de todos os fiéis que professam a mesma fé.”
Essa definição é a mesma que lhe dei há tempos,
e o amigo insiste em considerar a assembléia de padres
como sendo a Igreja. É preciso que medite sobre o que lhe digo,
pois, nem eu posso estar sempre repetindo
a mesma coisa, nem o “Correio”
pode dispor de tanto espaço para as nossas conversas.
Ora, verdadeiros crentes, houve-os em todos os tempos:
Abraão, Isaac, Jacob, os Profetas, muitos ilustres Israelitas,
os Apóstolos e as multidões de humildes
entre todos os povos cujos nomes
não aparecem senão no Livro da Vida do Cordeiro.
(Apocalipse, 21:27) Contra esses e todos
os que obedeceram aos mandamentos do Senhor,
as portas do inferno não prevaleceram,
porque estes cumpriram o que Jesus ensinou, quando disse:
“Aquele que tem os meus mandamentos, e os guarda,
esse é o que me ama.” Aqueles, pois,
que caminharam nas veredas do Senhor,
com esses ele estava sempre por intermédio
dos seus mensageiros; aqueles, porém,
que preferiram o reino do mundo ao do céu,
que pactuaram com os reis e potentados,
e tosquiaram os pequenos e indefesos,
contra estes, pelos seus atos, prevaleceram as portas do inferno,
e eles expulsaram o Espírito Santo e Jesus, não da Igreja,
mas dos corações, o que é pior.
Para expulsar Jesus, pouco é preciso,
Abraão, Isaac, Jacob, os Profetas, muitos ilustres Israelitas,
os Apóstolos e as multidões de humildes
entre todos os povos cujos nomes
não aparecem senão no Livro da Vida do Cordeiro.
(Apocalipse, 21:27) Contra esses e todos
os que obedeceram aos mandamentos do Senhor,
as portas do inferno não prevaleceram,
porque estes cumpriram o que Jesus ensinou, quando disse:
“Aquele que tem os meus mandamentos, e os guarda,
esse é o que me ama.” Aqueles, pois,
que caminharam nas veredas do Senhor,
com esses ele estava sempre por intermédio
dos seus mensageiros; aqueles, porém,
que preferiram o reino do mundo ao do céu,
que pactuaram com os reis e potentados,
e tosquiaram os pequenos e indefesos,
contra estes, pelos seus atos, prevaleceram as portas do inferno,
e eles expulsaram o Espírito Santo e Jesus, não da Igreja,
mas dos corações, o que é pior.
Para expulsar Jesus, pouco é preciso,
bastam os maus pensamentos.
Não há nada mais fácil.
Não há nada mais fácil.
Não é nenhum portento, é, sim, desgraça,
grande desgraça.
grande desgraça.
Mas voltemos de novo ao assunto: já no tempo de Paulo,
logo no princípio do Cristianismo, teve ele que reaprender os fiéis,
como se vê da 1ª Epístola aos Coríntios, cap. 1:12-14:
“Porque de vós, irmãos meus, me foi notificado pelos da família de Cloe,
que há contendas entre vós. E digo isto, que cada um de vós diz:
Eu sou de Paulo; e eu de Apolo;
e eu de Cristo. Dou graças a Deus que a nenhum de vós batizei.”
Como isto é significativo!
logo no princípio do Cristianismo, teve ele que reaprender os fiéis,
como se vê da 1ª Epístola aos Coríntios, cap. 1:12-14:
“Porque de vós, irmãos meus, me foi notificado pelos da família de Cloe,
que há contendas entre vós. E digo isto, que cada um de vós diz:
Eu sou de Paulo; e eu de Apolo;
e eu de Cristo. Dou graças a Deus que a nenhum de vós batizei.”
Como isto é significativo!
Se, pois, houve desavenças e cismas entre os fiéis daquele tempo,
pelo menos alguns haviam de ter deixado
de ser assistidos pelo Espírito Santo,
como não haviam deixado de sê-lo os bispos de Roma,
que, à força, impuseram aos outros bispos
o seu domínio a respeito do ensino de Jesus?
“Aquele que quiser ser maior, seja o servo”.
pelo menos alguns haviam de ter deixado
de ser assistidos pelo Espírito Santo,
como não haviam deixado de sê-lo os bispos de Roma,
que, à força, impuseram aos outros bispos
o seu domínio a respeito do ensino de Jesus?
“Aquele que quiser ser maior, seja o servo”.
Imagine o meu amigo, “Jesus e o Espírito Santo
protegendo e assistindo o papa Rodrigo Bórgia e
tantos outros que comentaram toda classe de crimes,
nclusive o incesto?!!!
protegendo e assistindo o papa Rodrigo Bórgia e
tantos outros que comentaram toda classe de crimes,
nclusive o incesto?!!!
Não é uma blasfêmia semelhante asserção?
Já que o amigo tem tamanha aversão ao Espiritismo,
peço-lhe que, tomando em consideração a minha paciência,
leia e estude o Evangelho e lá encontrará que Jesus
mandou que “buscássemos e acharíamos,
que pedíssemos e se nos daria; que não há coisa oculta
que não haja de saber-se e vir à luz,
e que a luz não foi feita para ser posta debaixo do alqueire,
mas sim para iluminar toda treva.
E encontrará que João, na Epístola,
manda que não se desse crédito a todo espírito,
mas que se provasse se ele era de Deus.
“Se isso não é Espiritismo, diga-me então o que é”.
peço-lhe que, tomando em consideração a minha paciência,
leia e estude o Evangelho e lá encontrará que Jesus
mandou que “buscássemos e acharíamos,
que pedíssemos e se nos daria; que não há coisa oculta
que não haja de saber-se e vir à luz,
e que a luz não foi feita para ser posta debaixo do alqueire,
mas sim para iluminar toda treva.
E encontrará que João, na Epístola,
manda que não se desse crédito a todo espírito,
mas que se provasse se ele era de Deus.
“Se isso não é Espiritismo, diga-me então o que é”.
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