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sábado, 19 de março de 2011

O Batismo de Jesus




O Batismo de Jesus

Mateus 3:13,17 nos fala do batismo de Jesus detalhando as bênçãos celestes que se espargiram sobre os presentes naquela  ocasião. O estudioso do Espiritismo se pergunta sobre como compatibilizar essa passagem com a disposição dos espíritas em não “batizar” seus adeptos. Leiamos a Antonio Luiz Sayão em “Elucidações Evangélicas” para os esclarecimentos necessários...

“ O batismo em Espírito Santo, ou seja a assistência dos Espíritos do Senhor compreendidos nessa denominação, as criaturas humanas o recebem mediunicamente, pela intuição e pela inspiração, quando não de maneira ostensiva, pelas comunicações do Além. Concede-a o Cristo, enviado de Deus e seu preposto ao governo do mundo terreno, aos homens de boa vontade, a fim de que sejam sustentados em suas provas, guiados nas suas missões e ajudados na obra de purificação de seus Espíritos e na de seu progresso pela senda do aperfeiçoamento moral e intelectual.  

Esse batismo Ele o administrou, clara e exemplificadamente, fazendo que descessem até seus discípulos aqueles Espíritos, que os iam amparar e auxiliar no desempenho da missão de que se achavam incumbidos, e que se manifestassem sob a aparência de línguas de fogo, formadas pela luminosidade dos seus perispíritos. Essa também é uma das razões por que ao batismo em Espírito Santo é dado o nome de “batismo de fogo”. É que por ele desce sobre a criatura o fogo da inspiração divina, a abrasá-la dos sentimentos puros e elevados, que geram os heroísmos da fé. 

Hoje, como sempre, esse batismo, ou influência, podemos obtê-lo todos, pelo trabalho, pelo amor, pela humildade e, sobretudo, pela caridade, e a temos, constante, animadora e eficaz, fazendo-se mister unicamente, para que aproveitemos de todos os seus inestimáveis benefícios, que dela tenhamos consciência, que a prezemos e guardemos como preciosíssimo tesouro, de que nos podemos valer em todas as circunstâncias da vida. 

Temo-la, com efeito, continuamente, porque temos de contínuo, a velarem por nós, os nossos Anjos de Guarda, Espíritos elevados, caridosos, santos, que tomaram a si o encargo de nos proteger e conduzir pela estrada do progresso, com o que também eles avançam nessa mesma estrada. 

Jesus não tinha necessidade de ser batizado por João. 

A prova encontramo-la na ircunstância de que recebeu um batismo, que era de penitência, que, por isso, exigia prévia confissão pública de pecados, sem ter confessado culpa alguma, sem de nenhum pecado se haver penitenciado. Quer isso dizer, evidentemente, que Ele era puro e perfeito, porquanto só os que alcançam a perfeição na pureza se acham livres de ter a mais leve culpa, a mais ligeira falta de que se acusar em consciência. E essa circunstância, por si só, indica e demonstra que Ele não podia estar encarnado, ser um homem como os demais, porquanto, conforme se lê em O Livro dos Espíritos, aqueles, dentre estes, que compõem  a primeira classe, classe única, da primeira ordem, na escala espírita, já percorreram todos os graus do aperfeiçoamento e se despojaram de todas as impurezas da matéria. 

Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna, no seio de Deus.  Trazia ele, portanto, um corpo celeste, que não precisava ser lavado, como os nossos corpos de lodo, por motivo algum e ainda menos como expressão material 
da necessidade de purificação espiritual. 

Jesus, por conseguinte, e só Jesus, segundo proclamou João que Ele o faria, estava capacitado para administrar o batismo em Espírito Santo e em fogo e para investir a outros de o ministrarem,
como investiu os apóstolos que, depois de terem recebido esse batismo, foram incumbidos de pregar e  exemplificar a moral que Ele trouxera ao mundo e de o conferirem a quantos, escutando-lhes as palavras, praticassem a lei do amor e, a seu turno, a propagassem pela palavra e pelo exemplo. 

Segue-se, então, que apenas para dar um exemplo, para confirmar a missão de que o Precursor se achava encarregado, e ainda para receber pública e ostensivamente a confirmação da sua, foi que Jesus se fez batizar por João. Essa confirmação Ele a teve, de fato, mediante aquelas palavras que se ouviram, vindas do alto, e que continham, em seu sentido profundo, a afirmação de que à Terra descera o Espírito excelso, cujo advento os profetas anunciaram, e mediante o aparecimento de uma pomba a lhe pairar sobre a cabeça. Foi esta uma manifestação espírita, que se produziu pela faculdade  que tem o Espírito
 de dar ao próprio perispírito as formas e aparências que queira. 

Um dos que secundavam a Jesus no desempenho de sua missão, tomou, obedecendo aos desígnios de Deus, a forma de uma pomba que, considerada pelos antigos como emblema de pureza, veio atestar, naquele momento, a do Messias prometido. Segundo a narração evangélica, aconteceu que, batizado Jesus, quando estava em oração, o céu se abriu e uma voz ressoou no espaço, dizendo:

Este é o meu Filho bem-amado, em quem hei posto toda a minha complacência.

Disse essas palavras um dos Espíritos Superiores, 
órgãos das inspirações divinas e executores das vontades de Deus. 

E as disse quando Jesus orava, para demonstrar aos homens que a prece de coração atrai as bênçãos do Senhor e os testemunhos do seu amor infinito; que determina, por intermédio dos Espíritos protetores, a influência divina; e também como sanção expressa da legítima autoridade de Jesus, da sua identidade na condição de enviado direto de Deus.”

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