Os
Fatos
comprovam
as profecias
Indalício
Mendes
Reformador (FEB) Agosto 1972
A humanidade atravessa largo e
doloroso período de agitada transição,
comprovado
pelo panorama de violências e incompreensões, de intransigências e rebeldias
estranhas. O sentimento de ódio se estende a numerosas nações, perturbadas por pregoeiros
de ideias e doutrinas desfraternas, sem compatibilidade alguma com os
postulados evangélicos deixados pelo Cristo de Deus.
A personalidade admirável e
respeitável de Jesus, entretanto, continua sendo motivação para as mais
extravagantes demonstrações grosseiras, quer no teatro, quer no cinema, quer em
publicações diversas. Para alguns, o Mestre não passou de um vulgar agitador
político, ambicioso do poder, um líder com todas as mediocridades que
caracterizam muitos dos indivíduos que, simulando aceitar seus princípios, nada
mais querem do que corromper o sentimento cristão, explorando a ingenuidade e a
inexperiência de outros mais crédulos do que sensatos, afeiçoando-os a práticas
diametralmente opostas às preconizadas nos Evangelhos.
Os trinta anos que faltam para
terminar o século atual assinalam semelhanças, em determinados pontos, com o
mesmo período do século XIX, apenas com a diferença de que, agora,
a humanidade se vê também diante de uma revolução tecnológica mais profunda e
por isto mesmo capaz de alterar fundamentalmente o esquema de vida nos anos
porvindouros. Relembrando a “coincidência”, ideias utópicas, ânsias de
excessiva liberdade, em favor do estabelecimento de um realismo animalizante,
colidem com princípios de moral doméstica. Vícios repulsivos são impostos à
mulher, dia a dia mais desencontrada de si mesma, graças a modas ultrajantes,
que a desnudam e a transformam, para tristeza das pessoas
equilibradas, em simples objeto destinado à lubricidade do materialismo
delirante deste fim de século. Buscam, os reformistas, o aniquilamento da
Religião, desfraldando a bandeira do racionalismo niilista. Tentam eles dominar
o mundo pelo medo, subvertendo a vida normal dos povos que querem trabalhar em
paz, assegurando a tranquilidade da família, para alcançar melhores níveis
existenciais.
“O Espiritismo” vem, como “vinha, (
... ) na hora psicológica das grandes transformações, alentando o espírito
humano para que se não perdesse”, e não se perca, “o fruto sagrado de quantos
trabalharam” e trabalham, sofrem “e sofreram no esforço penoso da civilização.
Com as provas da sobrevivência, vinha reabilitar”, como o faz ainda hoje, “o Cristianismo
que a igreja deturpara, semeando, de novo, os eternos ensinamentos do Cristo no
coração dos homens. Com as verdades da reencarnação, veio explicar, e explica
ainda, “o absurdo das teorias igualitárias absolutas, cooperando na
restauração, do verdadeiro
caminho do progresso humano.
Enquadrando o socialismo nos
postulados cristãos, não se ilude com as reformas exteriores, para concluir que
a única renovação apreciável é a do homem íntimo, célula viva do organismo social
de todos os tempos, pugnando pela intensificação dos movimentos educativos da
criatura, à luz eterna do Evangelho do Cristo. Ensinando a lei das compensações
no caminho da redenção e das provas do indivíduo e da coletividade, estabelece
o regime da responsabilidade, em que cada espírito deve enriquecer a
catalogação dos seus próprios valores. Não se engana com as utopias da
igualdade absoluta, em vista dos conhecimentos da lei do esforço e do trabalho
individual, e não se transforma em instrumento de opressão dos magnatas da economia
e do poder, por consciente dos imperativos da solidariedade humana.
Despreocupado de todas as revoluções, porque somente a evolução é o seu campo
de atividade e de experiência, distante de todas as guerras pela compreensão
dos laços fraternais que reúnem a comunidade universal, ensina a fraternidade
legítima dos homens e das pátrias, das famílias e dos grupos, alargando as
concepções da justiça econômica e corrigindo o espírito exaltado das ideologias
extremistas.
“Nestes tempos dolorosos em que as mais
penosas transições se anunciam ao espírito do homem, só o Espiritismo pode
representar o valor moral, onde encontre o apoio necessário à edificação do
porvir.” (1)
Essas palavras de Emmanuel foram
escritas e publicadas há anos e revelam a extensão do grande problema humano,
ainda em pleno evolver. Já então o eminente Espírito perguntava: “Onde estão os valores morais da humanidade?”
e dava, ele mesmo, a seguinte resposta: “As igrejas estão amordaçadas pelas injunções
de ordem econômica e política. Somente o
Espiritismo, prescindindo de todas as garantias terrenas, executa o esforço tremendo de
manter acesa a luz da crença, nesse barco frágil do homem ignorante do seu
glorioso destino, barco que ameaça voltar às correntes da força e da violência, longe das plagas
iluminadas da Razão, da Cultura e do Direito.” Eis confirmada a previsão de
Emmanuel: o “barco” que ameaçava voltar às correntes da força e da violência
voltou e foi
tomado de assalto. A situação atual do mundo nada mais é do que o desenvolvimento natural
de antigos erros, cuja imprudente repetição veio revigorar o materialismo, mais forte
desde que, em 1870, Pio IX decretou a “infalibilidade papal”. Da mesma forma
que, certa
feita, enérgica e saneadora ação espiritual exilou do sistema de Capela milhões
de Espíritos
rebeldes, a serviço da Treva “a Terra,
como aquele mundo longínquo, ver-se-á livre das entidades endurecidas no mal,
porque o homem da radiotelefonia e do transatlântico” (já agora também da
televisão, da energia nuclear, dos astronautas que conquistaram a Lua) “precisa de alma e sentimento, a fim de não
perverter as sagradas conquistas do progresso. Ficarão no mundo os que puderem
compreender a lição do amor e da fraternidade sob a égide de Jesus, cuja
misericórdia é o verbo de vida e luz, desde o princípio.” (1)
Emmanuel faz-nos relembrar Sócrates,
quando afirma, com a sua convincente autoridade: “Como nos tempos mais recuados
das civilizações mortas, temos de reafirmar que a maior necessidade da criatura
humana é a do conhecimento de si mesma.” (2) E prossegue: “Na atualidade do planeta, tendes observado a desilusão de muitos
utopistas (...), que sonharam com a igualdade irrestrita das criaturas, sem
compreender que, recebendo os mesmos direitos de trabalho e de aquisição
perante Deus, os homens, por suas próprias ações, são profundamente desiguais
entre si, em inteligência, virtude, compreensão e moralidade. O homem que se
ilumina conquista a ordem e a harmonia para si mesmo. E para que a coletividade
realize semelhante aquisição, para o organismo social faz-se imprescindível que
todos os seus elementos compreendam os sagrados deveres de auto iluminação”.
(2)
O problema da crença é muito
importante. “A maioria dos homens possui
religião, mas não tem crença.
As aparências não exprimem convicção. O culto externo oculta o cepticismo
interior. A fé desertou das almas, e o homem se afastou de Deus.” “Aos poucos, a humanidade vai entrando num
estado de alarma, alimentado pelas crises, catástrofes, conflitos, que se
sucedem, dia a dia, com crescente impetuosidade, como se obedecessem a
longânimo propósito de adestrar o espírito do homem para insuperáveis provas,
abalos e emoções. O trauma dos acontecimentos máximos, sem prévia preparação,
poderia ser fatal à espécie humana. Daí a lenta, mas progressiva, imersão do
mundo em atmosfera pressaga e opressiva, de incerteza e insegurança, de
confusão e ansiedade, e a estabilização de um clima universal de agitação.
O que era excepcional se vai
tornando normal, como para habituar o homem a viver em permanente apreensão e induzi-lo,
assim, a vigiar, a fim de não se ver arrebatado pelos sucessos.
Breve, dentro das espessas nuvens que envolverão o planeta, só haverá um
respiradouro: a oração. Basta considerar os acontecimentos que se verificaram
na primeira metade (do
século XX),
para se avaliar o que poderá suceder na segunda metade do século atual.” (3)
Não desejamos alongar-nos nas
citações.
Todavia, muita coisa, infelizmente,
acontecerá até a década de 1980. Jeane Dixon vaticinou: “As duas maiores dores de cabeça da América serão o problema racial e a
China Vermelha.” Os jornais nos
informam cotidianamente que esse problema vem atormentando o Governo
norte-americano e, ainda há pouco, grave atentado quase tirou a vida de um
político ianque racista. Antes de 1999, não haverá a sonhada paz no mundo e “o tratado sobre as experiências nucleares
será prejudicial à América.” (4) Um homem nascido no
Oriente Médio, em 1962, trará a missão enganosa de unificar todos os credos
rivais numa
fé única, mas simbolizará o Anticristo. “Seu
poder aumentará grandemente até 1999”, mas só nos
princípios da década de 1980 começará
a sentir a força desse homem.” (4) Isto foi o que, em sua segunda
extraordinária visão, Jeane Dixon anotou. Não estamos aqui endossando nada, mas
precisamos considerar que essa senhora norte-americana teve já visões que se
confirmaram integralmente, como o assassínio do Presidente Kennedy, o
lançamento do Sputnik 1, a queda de Nikita Kruschev, etc. Ficaremos nisto. Ninguém
se iluda. As combinações políticas destes últimos meses demonstram aspectos
inesperados do jogo que as mais poderosas nações do mundo vêm realizando. Mas
nada disso acontece à revelia dos Espíritos Superiores. Reportemo-nos às
profundas e impressionantes lições do episódio da “grande estrela da Constelação do Cocheiro, que recebeu, na Terra, o
nome de Cabra ou Capela”.
Procuremos compreender que “aqueles seres angustiados e aflitos, que
deixavam atrás de si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações
empedernidos na prática do mal”, foram “degredados
na face obscura do planeta terrestre”; andaram “desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura”;
reencarnaram “no seio das raças
ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos
distantes. Por muitos séculos não viram a suave luz da Capela, mas trabalharam
na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia”. (5)
Meditemos bastante, nós, que temos a
iluminar a nossa rota o espírito do Evangelho de Jesus. “O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste século de declives
da sua história; só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se
apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio,
apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos.” (1)
Não desmereçamos o valor das
profecias.
Emmanuel, em “O Consolador”, páginas
152 a 155, trata dos profetas e afirma: “Em
tempo algum as coletividades humanas deixaram de receber a sublime cooperação
dos enviados do Senhor, na solução dos grandes problemas do porvir.”
Meditemos, pois. Reexaminemos as
entrelinhas das profecias que revelam os rumos da humanidade, porque a História
não se faz apenas nos livros, mas, principalmente, na carne
e na alma dos homens que participam, em cada época, em cada ciclo, dos dramas
que hão de realizar, no espírito humano, a purificação necessária ao
estabelecimento de dias melhores.
(1) Emmanuel
- "A Caminho da Luz", páginas 187 a 196.
(2) Emmanuel
- "O Consolador", págs. 30, 129 e 130.
(3) Leoni
Kaseff - "A Profecia e o Fim dos Tempos", pág. 54.
(4) Ruth
Montgomery - "O Dom da Profecia", págs. 149, 160 e 163.
(5)
Emmanuel - "A Caminho da Luz", págs. 28 a 30.
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