Mediunidade
Sublimada
por Francisco
Thiesen
Reformador (FEB) Maio 1971
“A mediunidade não requisitará
desenvolvimento indiscriminado, mas sim, antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e
nobreza de fins, para que o corpo espiritual, modelando o corpo físico e sustentando-o,
possa igualmente erigir-se em filtro leal das Esferas Superiores, facilitando a ascensão da
Humanidade aos domínios da luz"
("Evolução em dois Mundos", Espírito André
Luiz,
médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pág.
137, 3ª edição da FEB).
Francisco do Monte Alverne
(Espírito), colaborador da obra da renascença da fé religiosa no coração
humano, em mensagem simples e sábia nos lembra que "se há leis que presidem
ao desenvolvimento do corpo, há leis que regem o crescimento da alma". "Cristo-Homem
veio plasmar o Homem-Cristo". "Com ele começa a agir o escopro do verdadeiro bem, operando sobre a
dureza da animalidade o gradual aperfeiçoamento da alma divina".
"0 Evangelho é, por isso, o viveiro
celeste para a criação de consciências sublimadas" ("Falando à
Terra" médium Francisco Cândido Xavier págs. 37-8 – 2ª edição da FEB).
A integração do médium na harmonia
das leis eternas da evolução anímica é cometimento dos mais nobilitantes, mas
implica a reformulação da própria existência, que passará a ser pautada no
estudo e no trabalho, na renúncia de si mesmo e na dedicação ao próximo... É a
trilha difícil e áspera de quem demanda as plagas do espírito, restaurando em
plena viagem os danos infligidos a outrem em frustradas experiências do
pretérito. Muitos se enganam, mal avaliando a extensão dos deveres que os
aguardam e subestimando as investidas daqueles que os espreitam às margens do
caminho.
Ninguém enfrentará regiões
desconhecidas e distantes, na Terra mesmo, sem o prévio cuidado de inteirar-se
sobre os seus habitantes, usos e costumes, vantagens e inconvenientes de nelas
excursionar. Por igual, nenhuma criatura criteriosa se entregará à prática medi
única sem antes instruir-se a respeito das suas faculdades, dos ensinos morais
da Doutrina Espírita, do Mundo Invisível e da natureza e dos fins do programa a
que deverá vincular-se para sempre.
Preliminarmente, o médium não deverá
ignorar que, no Espiritismo, “a fé é
raciocinada" e que tudo será examinado e ponderado, construtivamente,
para que dolorosos desenganos o não surpreendam no futuro. Portanto, deverá
"vigiar e orar"
continuamente. "Porque a Doutrina
Espírita é em si a liberalidade e o entendimento, há quem julgue seja ela
obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os
exotismos, sob pena de fugir aos impositivos de fraternidade que veicula.
Dignifica a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a
simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e
nos crimes do pensamento" ("Religião dos Espíritos",
Emmanuel, médium Francisco Cândido Xavier, edição da FEB). Médium algum lucrará
espiritualmente participando de trabalhos de grupos e centros cujas diretrizes
se não estribarem no estudo sistemático do Evangelho de Nosso Senhor
Jesus-Cristo e das obras básicas da Codificação Kardequiana, e cujos programas
não derem ênfase à disciplina de horário, assiduidade, autocontrole e amor
cristão a todas as criaturas. Não lucrará, outrossim, dispersando atividades e
energias na frequência a mais de um centro ou
grupo, pois somente os mais experimentados conseguem manter-se em equilíbrio
psíquico frente a variações de correntes mediúnicas.
O Espírito André Luiz, às págs.
165-6 do livro "Mecanismos da
Mediunidade", recebido por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira,
nos diz que "visto a distância, o
homem, na arena carnal, pode ser comparado a um viajor na selva de pensamentos
heterogêneos, aprendendo, por intermédio de rudes exercícios, a encontrar o
próprio caminho de libertação e ascese. Mentalmente exposto a todas as
influências psíquicas, é imperioso se
eduque para governar os próprios impulsos, aperfeiçoando-se moral e
intelectualmente, para que se lhe aprimorem as projeções". "Na floresta mental em que avança, o homem
frequentemente se vê defrontado por vibrações subalternas que o golpeiam de
rijo, compelindo-o à fadiga e à irritação, sejam elas provenientes de ondas
enfermiças, partidas de desencarnados em posição de angústia e que lhe respiram
o clima psíquico, ou de oscilações desorientadas dos próprios companheiros
terrestres desequilibrados a
lhe respirarem o ambiente".
As obras de André Luiz constituem
curso precioso sobre a vida espiritual e seu intercâmbio, sob todas as
angulações, com a esfera dos encarnados. Noutra delas ("Nos Domínios da
Mediunidade", recebida por Francisco Cândido Xavier), colhemos estes
ensinos: "Cada consciência marcha
por si, apesar de serem numerosos os mestres do caminho. Devemos a nós mesmos a
derrota ou a vitória. Almas e coletividades adquirem as experiências com que se
redimem ou se elevam ao preço do próprio esforço. O homem constrói, destrói e
reconstrói destinos, como a Humanidade faz e desfaz civilizações, buscando a
melhor direção para responder aos chamados de Deus". "Assim considerando, vemos no planeta
milhões de criaturas sob as teias da mediunidade torturante, milhares detendo
possibilidades psíquicas apreciáveis, muitas tentando o desenvolvimento dos
recursos dessa natureza e raras obtendo um mandato mediúnico para o trabalho da
fraternidade e da luz".
Na verdade, o conhecimento do
Espiritismo é vasto e sua aquisição se faz com estudo perseverante e
aprimoramento espiritual ao longo do tempo, em condições, por vezes, as mais
adversas, segundo as necessidades cármicas de cada espírito ou conforme a
natureza das experiências individuais de cada consciência nas vias da
sublimação ambicionada. Porque, conforme ensinamento de Emmanuel, "os ociosos do entendimento não são dignos do
pão do espírito".
O livro da médium Yvonne A. Pereira, "Recordações da Mediunidade",
inspirado pelo Espírito Bezerra de
Menezes, é repositório de grande valia aos médiuns, contendo as
experiências de uma vida humana dedicada ao trabalho e ao estudo, com as
peripécias próprias de quem entra em comunhão com o mundo invisível e busca
decifrar lhe os segredos. As desilusões, os tropeços, as surpresas, episódios
de outras vidas e suas consequências de acordo com a lei de ação e reação, as
admoestações e conselhos dos guias,
tudo nele se encontra narrado, com simplicidade, na forma de memórias da
própria médium.
A seriedade da Doutrina dos
Espíritos é a garantia da tranquilidade dos seus profitentes, e só quando assim
entendida e vivida assegura consolação e alegria. A sua finalidade é a
transformação espiritual da Humanidade, desencarnada e reencarnada, não
constituindo, por isso, mais uma religião entre as muitas que o mundo conhece,
mas a Religião, o Cristianismo restaurado, vivo, atuante, buscando recolher ao
redil do Senhor quantos ainda se demoram nos precipícios da ilusão e do erro.
Os espíritas e os médiuns precisam
estar sempre atentos aos problemas da obsessão, chaga terrível quase
generalizada nesta época de grandes transições por que atravessa o nosso orbe.
O desempenho e a orientação da atividade mediúnica não se efetuam com
suficiente proveito em inexistindo razoável entendimento dos fenômenos
obsessivos, sua técnica, seus mecanismos; e, inversamente, sua profilaxia,
tratamento e cura, através do desdobramento de vasta, dinâmica e sábia
movimentação de recursos e valores morais no campo da desobsessão. Os que lerem
"Libertação", "Nos Bastidores da Obsessão" e
"Dramas da Obsessão",
livros recebidos pelos médiuns Francisco Cândido Xavier, Divaldo P. Franco e Yvonne
A. Pereira, adquirirão conhecimentos satisfatórios à compreensão de
assunto
tão complexo.
Completando este trabalho, destinado
a orientar a seleção de boas obras sobre mediunidade e obsessão aos
companheiros que não dispõem de muito tempo para pesquisas, apresentamos, ainda
de "Mecanismos da Mediunidade",
de André Luiz, estes esclarecimentos:
"Em Jesus e em seus primitivos continuadores, encontramos a mediunidade
pura e espontânea, como deve ser, distante de particularismos inferiores, tanto
quanto isenta de simonismo. Neles, mostram-se os valores mediúnicos a serviço
da Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria, na qual os regulamentos divinos, em
todos os mundos, instituem a responsabilidade moral segundo o grau de
conhecimento, situando-se, desse modo, a Justiça Perfeita, no íntimo de cada
um, para que se outorgue isso ou aquilo, a cada Espírito, de conformidade com
as próprias obras.
"O Evangelho, assim, não é livro de um povo apenas, mas o Código de
Princípios Morais do Universo, adaptável a todas as pátrias, a todas as
comunidades, a todas as raças e a todas as criaturas, porque representa, acima
de tudo, a carta de conduta para a ascensão da consciência à imortalidade, na
revelação da qual Nosso Senhor Jesus-Cristo pregou a mediunidade sublime como
agente de luz eterna, exaltando a vida e aniquilando a
morte, abolindo o mal e glorificando o bem, a fim de que as leis humanas se
purifiquem e se engrandeçam, se santifiquem e se elevem para a integração com
as Leis de Deus".
Grifos do Blog!
Nenhum comentário:
Postar um comentário