Da
História do Espiritismo
Reformador (FEB) Agosto 1973
Foi a 7 de Junho de 1936 que o
médium Francisco Cândido Xavier veio,
pela primeira vez, ao Rio de janeiro. Aqui chegando, foi recebido por Manuel
Quintão, compareceu, na quarta-feira,dia 11, ao Grupo Ismael, Célula-Máter da FEB. Chico Xavier psicografou sucessivamente sonetos de Cruz e Souza, Auta de Souza e Hermes Fontes, bem como excelente
página doutrinária, em prosa, do Espírito Bittencourt
Sampaio.
Meus amigos,
Glória a Deus nas alturas e paz na
Terra aos homens de boa vontade. Meu coração se afoga subitamente
no pranto, lembrando-me de que todos nos poderíamos encontrar no divino banquete. O
mundo, porém, atraiu grande parte dos nossos companheiros com as seduções de seus
efêmeros prazeres. Entretanto, os baluartes do Templo de Ismael permanecem
inabaláveis, edificados na rocha das grandes e consoladoras verdades do
Evangelho de Jesus.
Minha voz, amigos, é hoje mais familiar
e mais íntima. Substituindo, no momento, aquele cuja tarefa
vem sendo penosamente cumprida, está o nosso irmão Xavier, para vos transmitir a
minha palavra de companheiro e de amigo. Não me dirijo a vós senão para vos falar ao
coração, muitas vezes despedaçado, ao longo do caminho, pelas perfídias atrozes
de todos aqueles que concentram suas energias no ataque ao instituto do Bem, à palavra do
Evangelho e ao estatuto da Verdade.
Mas, filhos, se o espaço que vos é
vizinho está cheio de organizações poderosas do mal, objetivando a
destruição da obra comum, há uma esfera divina, de onde partem os alvitres
valiosos, a inspiração providencial, para quantos aqui mourejam com o propósito
de bem servirem à
causa da luz e da verdade.
Não necessito alongar-me em
considerações sobre a grande e sublime tarefa do Brasil, como
orientador, no seio dos povos, da revivescência do Cristianismo,
restabelecendo-lhe as verdades fecundas, nem preciso encarecer a magnitude da
obra do Evangelho, problemas esses de elevado interesse espiritual para as
vossas coletividades e cuja solução já procurei indicar, trazendo-vos,
espontaneamente, a minha palavra humilde de miserável servo de Jesus.
Agora, amigos, cabe-me solicitar a
vossa atenção para a continuidade do nosso programa, traçado há mais de cinquenta
anos. A Federação não pode prescindir da célula primordial do seu organismo,
representada pelo Santuário de Ismael, onde cada um afina a sua mente para a
tarefa do sacrifício e da abnegação, em prol da causa da Verdade, nem pode desviar-se do
seu roteiro, delineado dentro do Evangelho, com o objetivo da formação da mentalidade
essencialmente cristã.
Todas as questões científicas, no
seio da Doutrina, repetimo-lo, têm caráter secundário, servindo apenas de
acessórios na expansão das realidades espiritualistas.
Na atualidade, mais do que tudo,
necessita-se da formação dos espíritas, da disciplina cristã, da
compreensão dos deveres individuais, ante as excelências da Doutrina, a fim de
que se possam atacar os grandes cometimentos.
Firmai-vos na orientação que vindes
observando, sem embargo das ideologias ocas que vos espreitam
no caminho das experiências penosas. Somente dentro das características morais
e religiosas pode o Espiritismo cooperar na evolução da Humanidade.
As criaturas humanas se envenenaram
com o excesso de investigações e de empreendimentos científicos, para os quais
não prepararam seus corações e seus espíritos. Derivativo lógico dessa ânsia
mal dirigida de conhecer a verdade é o estado atual de confusionismo, em que se
debatem todos os setores das atividades terrenas, no campo social e político.
Não que condenemos a curiosidade, porquanto ela representa os pródromos de
todos os conhecimentos; mas, é que acima de tudo se faz necessário o método e a
legitimidade da compreensão individual e coletiva.
Preparai-vos, portanto, preparando
simultaneamente os vossos irmãos em Humanidade, dentro do ensinamento cristão,
e amanhã compreendereis, se não puderdes entender ainda hoje, a sublimidade da
nossa tarefa comum e a grandeza dos seus objetivos.
Que Maria derrame sobre os vossos
Espíritos a sua bênção e que o divino Mestre agasalhe sob o
manto acolhedor da sua misericórdia todas as esperanças e anseios de vossos corações.
F. L. Bittencourt Sampaio
(Transcrita do "Reformador" de julho de 1967, págs. 161/162.)
Manuel Quintão
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