A Dor
Moacyr de Oliveira
Reformador (FEB) Outubro 1952
A Dor tem bigorna, tenazes, carvões
Acesos na forja de luz peregrina,
tem limas, martelos, serrotes, formões,
archotes, espelhos... na vasta oficina.
Artista perfeito, - transforma as paixões,
Venturas ou sonhos, com a lixa mais fina,
as almas deixando sem jaça ou senões...
E o ser se transmuda, quando ela termina.
Trabalha, sem pausa, sem pressa ou barulho,
Tranquila, severa, serena, com o orgulho
De quem tem certeza dos milagres seus.
E ao fim da tarefa, na glória que a anima,
Do negro cascalho faz uma obra-prima,
Que a Morte arrebata, levando-a até Deus!
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