Aparências
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Novembro 1952
Não
te percas na contemplação excessiva do plano exterior, aniquilando a gloriosa
oportunidade de tua própria ascensão à luz divina.
Aquele
que passa na estrada exibindo pesada bagagem de ouro, provavelmente transporta
um coração atormentado e infeliz.
Muitas
vezes, quem estende os braços, implorando a esmola fácil, traz consigo a
revolta e a dureza intima sob o farrapo humilhante.
Não
raro, o jovem que provoca a inveja de muitos se dirige para destino doloroso,
fazendo-se credor de nossa simpatia, em preces de intercessão.
Frequentemente
aquele que te parece feliz, no círculo da prosperidade transitória, é um irmão
desventurado, entre aflições morais que lhe constringem o espírito.
Não
julgues o rico por impiedoso, nem o pobre por humilde.
Não
suponhas a felicidade na beleza efêmera do corpo, nem admitas a virtude incorruptível
onde se encontre a fealdade passageira.
Às
vezes, a santificação permanece com aquele que se te afigura pecador e a
maldade se resguarda no imo de quem se oculta na máscara da pobreza e da
angústia, no jogo das aparências.
Lembra-te
de que a Força Divina sabe ver nas profundezas e, com o arado do tempo, tudo corrige,
reajusta e eleva, sem necessidade da nossa apreciação individual.
Aproveitemos
o campo da boa luta para a sementeira do bem, porque não responderemos pelos
outros e, sim, por nós mesmos, quando a ordem superior da vida nos conduzir a
exame necessário.
Não
te prendas à sombra, e, consciente de que receberemos segundo as nossas
próprias obras, procuremos, cada dia, a glória de servir, a fim de encontrarmos
na imortalidade, fora das ilusões da carne, a felicidade verdadeira e maior.
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