O talento esquecido
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Dezembro 1954
No
mercado da vida, observamos os talentos da Providência Divina fulgurando na
experiência humana, dentro das mais variadas expressões. Talentos da riqueza
material, da intelectualidade brilhante, da beleza física, dos sonhos juvenis,
dos louros mundanos, da glória social e doméstica, do poder e da
popularidade...
Alinham-se
à maneira de joias grandes e pequenas, agradáveis e preciosas, estabelecendo
concorrência avançada entre aqueles que as procuram.
Há,
porém, um talento de luz acessível a todos. Brilha entre ricos e pobres, cultos
e incultos. Aparece em toda parte. Salienta-se em todos os ângulos da luta.
Destaca-se em todos os climas e sugere engrandecimento em todos os lugares.
É
o talento da oportunidade, sempre valioso e sempre o mesmo, na corrente viva e
incessante das horas.
É
o desejo de doar um pensamento mais nobre ao círculo da maledicência, de
fortalecer com um sorriso o ânimo abatido do companheiro desesperado, de
alinhavar uma frase amiga que ajude o mau a sentir-se menos duro, e que auxilie
o bom a revelar-se sempre melhor, de prestar um serviço insignificante ao
vizinho, plantando o pomar sublime da gratidão e da amizade, de cultivar algum
trato anônimo de solo, onde o arvoredo de amanhã fale sem palavras de nossas
elevadas intenções.
Acima
de todos os dons, permanece o tesouro do tempo.
Com
as horas os santos construíram a santidade e os sábios amealharam a sabedoria...
É
com o talento esquecido das horas que edificaremos o nosso caminho, no rumo da.
Espiritualidade Superior, na aplicação silenciosa com o Mestre que, atendendo
compassivamente às necessidades de todos os aprendizes, prometeu, com amor, não
somente demorar-se conosco até ao fim dos séculos terrestres, mas também
asseverou, com justiça, que receberemos individualmente na vida, de acordo com
as nossas obras.
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