Ditados
Minimus (Espírito)
Reformador (FEB) 16 de Agosto de 1925
Súplica de perdão – Grandeza desse sentimento, sem o
qual não pode haver paz.
Meu Jesus, meu Divino Pastor, permite possa eu trazer ao
teu rebanho, sempre carecido, o meu ofertório de paz.
Não,
meu Senhor, dessa paz que anda em todas as bocas humanas, mas que na verdade
foge e refoge, a cada momento, dos humanos corações.
Há vinte séculos, meu Jesus, também
eu ignorava estas coisas e, por isso, na
romaria negra do Calvário,
não compreendia a figura excelsa do Cirineu e, de mistura com a turba raivosa, bramava
crucifique-se, crucifique-se o impostor.
Meu Senhor, era a ignorância negra como a noite dos
crimes de sucessivas e velhas gerações! Perdoa aos meus irmãos, oh! Divino Salvador,
perdoa-lhes como há vinte séculos lhes perdoavas de cimo do madeiro, a
ignorância mais lastimosa que criminosa.
Hoje, como naquele tempo, a humanidade ainda não te conhece!
A humanidade quer paz, meu Jesus, a humanidade pede paz, mas a humanidade continua
a sacrificar-te por ignorância.
Salva-a, pois, meu Jesus, salva-a como a mim me salvaste,
dando-me, na iluminação da tua palavra de vida, toda a vida da minha vida. Faze-lhe
compreender, meu Senhor, que essa paz que ela almeja é fruto do teu amor e que
não há amor contigo que não comporte perdão.
Perdão! Mas, saberá o pobre peregrino da Dor, o aleijado
da prova, compreender e sentir e avaliar a grandeza do teu perdão?
Meu Jesus, perdoa-me também; não posso, não devo, não
quero julgar. O que posso, devo e quero é pedir-te misericórdia para todos os
nossos irmãos que aí como aqui se acham no teu rastro luminoso, buscando
amar-te e compreender-te. Ilumina-os meu Jesus, para que possam ser, de fato e
de direito, com o teu Evangelho, os arautos dessa paz que proclamam e que lhes foge
como um duende a cada momento, porque não se escuda no perdão.
Meus amigos, meus companheiros de ontem, estou a ver que
buscais meu nome. Um nome? Não o tenho. Sou simplesmente um filho de Deus, que vos
pede perdão, como a Ele pede por todo os que sofrem no erro, na ignorância e no
crime.
Lembrai-vos de que a paz só será paz, quando houver, antes dela, no Espírito, a luz do Perdão.
Que Jesus
vos ilumine e vos perdoe.
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