Pesquisar este blog

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Carências psico-afetivas


Carências psico-afetivas
por Felipe Salomão
Reformador (FEB) Julho 1975

            A certeza das vidas múltiplas abre aos nossos olhos um horizonte incomensurável e possibilidades de estudos as mais diversas.

            Podemos deter-nos no estudo do automatismo psicológico ou analisar as grandes tendências do homem; podemos comparar o destino das nações ou verificar o processo de sedimentação das virtudes no espírito humano.

            É, assim, a Reencarnação uma espécie de ‘telescópio que nos permite andar o passado, analisar o presente e conjecturar sobre o nosso futuro, com imensa possibilidade de acertar. 

            E, pelo estudo das nossas lutas no gigantesco esforço para reequilibrar-nos voltando ao ponto da nossa queda, chegamos a conclusões muito interessantes.

            Vejamos, por exemplo, o capítulo das nossas carências psico-afetivas.

            Sabemos que nos "tipificamos em ondas" (André Luiz) e que trocamos vibrações com as criaturas que também estejam na mesma faixa de pensamentos e vibrações.

            São essas vibrações o alimento da nossa alma, do nosso espírito. E por intermédio das vibrações que estabelecemos a renovação intima, num intercâmbio constante, permanente, com fontes geradoras e receptores de mesma identidade.

            Ora, é por isso que "necessitamos" continuadamente trocar vibrações com pessoas que nos rodeiam. Vibrações de afeto com pais, irmãos, parentes, amigos e vibrações de amor com namoradas, noivas e esposas. É um processo de intenso relacionamento, em que damos alguma coisa e recebemos alguma coisa de alguém.

            Mas, o ponto principal da questão não é somente a troca de vibrações. Há que se considerar que estabelecemos com alguém, por motivos que dormem na noite do nosso passado, um relacionamento mais especial, mais profundo, mais duradouro.

            Esse alguém nos completa, nos satisfaz, por assim dizer, no campo das nossas vibrações sentimentais. Com esse alguém o processo de trocas se estabelece com mais facilidade, mais intensidade e independente da nossa vontade, pelo menos consciente.

            Quer isso dizer que todos temos alguém muito especial que completa o nosso ser, pelo menos por enquanto.

            Alguém, diferente dos demais, que nos motiva, que nos sensibiliza, que nos toca no mais íntimo do ser, que é, finalmente, o complemento emocional de que necessitamos.

            Por essa razão, às vezes encontramos na história fatos que nos chocam, mas que demonstram o quanto somos carentes psico-afetivamente.

            Espantam-nos atitudes de grandes homens, estadistas, damas da nobreza, gente do povo, que demonstram possuir grandes amores aos quais entregam a própria vida.

            Grandes missionários que, conquanto não resvalem para o plano inclinado das vibrações menos dignas, lançam-se na tarefa hercúlea de recuperar espíritos aprisionados nos grandes dramas da existência.

            E por que agem dessa forma? Exatamente porque, além do sentimento de caridade que os anima, muitas vezes buscam o complemento das suas personalidades, seres que lhes são multo caros e que, somente eles, são capazes de vibrar na onda de que necessitam.

            Não nos cause estranheza, portanto, a atitude de um irmão nosso que busque
desesperadamente alguém que lhe é muito caro.

            Mesmo que esse nosso irmão esteja catalogado nas chamadas posições de liderança, que esteja na direção de uma grande casa assistencial ou, no topo de uma grande causa.

            Também ele tem carência psico-afetivas. Também ele necessita permutar vibrações psico-afetivas e, como nós, tem no seu Íntimo a permanente ausência do ser amado.

            Saibamos compreender e respeitar.  A vida apenas nos revelou pequenos detalhes e estamos longe da percepção das verdades que nos governam.

            Inda mais, tenhamos em mente as palavras de Jesus, ante a mulher adúltera: "Aquele que estiver sem pecados, atire a primeira pedra."  

Nenhum comentário:

Postar um comentário