Revelação da
Revelação
por J.-B. Roustaing
Reformador (FEB) Janeiro 1943
Com
o superior critério que sempre em tudo revelou e com o intuito louvabilíssimo,
comprobativo desse critério, de afastar muitas das causas de controvérsias
capazes de embaraçar a marcha inicial da Doutrina Espírita, o seu preclaro
codificador, Allan Kardec, ao encarar, no desenvolvimento da sua obra de missionário,
a Doutrina Cristã, para erguer, tendo-a por base, esse monumento que é o Evangelho
segundo o Espiritismo, e para, por meio dele, firmar a identidade de princípios
do Cristianismo e da Nova Revelação, se ateve, exclusivamente, como era natural,
às máximas morais do Cristo.
Os
Espíritos elevadíssimos dos Apóstolos e dos Evangelistas, porém, prepostos do
Divino Mestre ao cumprimento da sua promessa relativa ao Consolador, claro
viram da altitude em que pairam, numa percepção ampla dos desígnios providenciais,
que nada de temer seria o aparecimento de tais controvérsias, que elas de nenhum
modo poderiam contravir à execução plena daqueles desígnios. Assim, agindo sob
a direção suprema do único Mestre e Senhor e considerando que, publicados os três
primeiros volumes das obras fundamentais do Espiritismo, já fora outorgada ao
mundo a luz necessária à compreensão, em espírito e verdade, dos Evangelhos e à
ampliação dos ensinos que eles encerram, empreenderam e levaram a cabo essa
obra não menos monumental do que aquela, à que J. B. Roustaing deu publicidade sob o título de - Os Quatro Evangelhos explicados em espírito
e verdade, e o subtítulo, acertado e próprio, de Revelação da Revelação,
isto é, da Revelação Cristã.
Sendo,
porventura, a mais notável e portentosa obra mediúnica existente, confirmada em
muitos dos seus pontos capitais, em nossos dias, pela Grande Síntese, também mediúnica e igualmente admirável, a simples
enumeração de algumas das revelações que contém, afora a da natureza
extra-humana de Jesus, basta para indicá-la como opulento repositório de matérias
a cujo respeito não pode conservar-se alheio ou indiferente aquele que deseje
aprofundar-se na ciência espírita e obter a prova provada de que o Espiritismo
é não só religião, ciência, filosofia, como ainda, realmente, o Consolador que
o Cristo de Deus prometeu à humanidade e que viria lembrar-lhe o que Ele
pregara e exemplificara e, mais, ensinar-lhe todas as coisas e ficar
eternamente com ela.
Al,
com efeito, se deparam, entre vários outros, ao estudioso que, sem ideias
preconcebidas, nem preconceitos de qualquer gênero, a perlustre, esta série de
temas e questões sabiamente elucidados:
"Origem
do Espírito, como essência espiritual ou princípio de inteligência"; -
"Sua evolução através dos diferentes reinos da natureza e das espécies intermediárias";
- "Individualização da essência espiritual, sua investidura na posse de
inteligência capaz de raciocínio e na do livre arbítrio"; - "Evolução
do Espírito formado através de esferas fluídicas, quando não incorre em falência";
- "Causas determinantes desta e suas consequências" -
"Significado real da encarnação e da reencarnação para os que
faliram"; - "Transmigração do Espírito de um mundo para outro";
- "O magnetismo como agente universal, como fonte de origem de todos os fluidos";
- "As diversas espécies destes, suas combinações e apropriações a todos os
efeitos de ordem espiritual e material"; - “A matéria e sua constituição
fIuídica"; - "Identidade do princípio espiritual e do princípio
material, atestando a unidade absoluta da obra divina"; - "Existência,
natureza e função do fluido cósmico universal; seu papel, como
laboratório divino na formação e na
economia do universo"; etc.
É,
pois, repetimos, uma obra cuja leitura e meditação não pode deixar de atrair a
quantos se não considerem fartos bastante de conhecimento das grandes verdades
reveladas; a quantos, ao contrário, anseiam constantemente por saber mais e
melhor, por avançar cada vez mais pela senda desse conhecimento, que enleva a
alma e, por assim dizer, a força a colocar-se um pouco acima das míseras e
corriqueiras contingências da vida material, que passa a apresentar-se-lhe sob
aspecto mais consentâneo com os grandiosos e sublimes objetivos de Deus.
Alimentar
contra semelhante obra, sem a conhecer, quaisquer prevenções é atirar para
debaixo do alqueire potentíssimo foco de luz, capaz de banir da mente e do
coração humanos, senão toda, uma larga parcela da treva que a uma e outro
obscurece.
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