Lendo e Comentando
por Hermínio C Miranda
in Reformador (FEB) Março 1970
Maurice Barbanell lembra no seu editorial de Novembro o chamado “Dia dos Mortos”, que na Europa é comemorado no segundo domingo de Novembro. '0 artigo faz referência especial àqueles que tombaram nas duas guerras mundiais que se desenrolaram neste século: a de 1914 e a de 1939, sendo que uma delas era “justificada” como a “guerra para acabar a guerra”.
Na verdade, nos últimos decênios os conflitos jamais deixaram de existir, num ponto ou noutro do planeta angustiado em que vivemos. Não apenas escaramuças de fronteira, mas guerras mesmo em larga escala, envolvendo grandes potências, com enorme sacrifício de vidas, de tempo e de dinheiro. Basta recordar Biafra que se afogou num mar de sangue e nas agonias da fome, o Vietnã, o Oriente Médio. Acha Barbanell que o egoísmo é responsável por essas tragédias e que o egoísmo é subproduto do materialismo. A verdade é que a imensa maioria da Humanidade ainda não descobriu este fato tão singelo de que, antes de mais nada, somos espíritos reencarnados e sobreviventes. Aqueles que julgam a morte o fim de tudo, sentem-se justificados em fazer qualquer loucura. Para que se incomodar com valores éticos? Para que se preocupar com o semelhante? Para esses, a morte é uma ideia desagradável que convém afastar até o momento inevitável, afogando-a, se possível, em prazeres alucinantes. Por isso lembra Barbanell que muitos somente se lembram dos “mortos” durante dois minutos por ano, no dia de Finados. Nem sabem que esses mortos estão vivos e - diríamos nós - muitos já de volta à carne para novo estágio de aprendizado.
Dirigindo-se ao famoso médium E. G. Fricker, Silver Birch volta a lembrar a sua tese de que a saúde do corpo depende do equilíbrio e da harmonia espirituais. “Se não houver essa harmonia, então lhe advém a doença. Ela pode expressar-se fisicamente, mas sua origem é a desarmonia íntima, porque o espírito não está manifestando-se como deveria”.
E depois: “Se você vive em harmonia com o Grande Espírito e com o seu semelhante, se você demonstra as qualidades divinas do amor, da compaixão, da mercê, da simpatia, da tolerância e da ajuda, então você estará bem. Mas se você sente ódio, hostilidade, antagonismo e egoísmo, aí você estará criando, a desarmonia que produz a doença orgânica”.
Todos nós sabemos, pela experiência diária, como são verdadeiras as palavras do bondoso Espírito. Quando lhe expressam, porém, os agradecimentos pelos seus ensinos, ele se esquiva, modestamente dizendo:
- Não desejamos ser venerados. Não queremos ditar, ordenar ou comandar. Desejamos apenas cooperar com vocês de modo a alcançarmos juntos o objetivo divino. Por isso é que costumo dizer: 'Não me agradeçam, e sim ao Grande Espírito'. Dessa forma vocês saberão que sou um ser humano igual a vocês. Sou um pouco mais velho, aí por algumas centenas de anos, e caminhei um pouco mais ao longo da estrada. Mas continuo sendo um ser humano, com suas faltas e imperfeições, com um longo caminho ainda a percorrer.
continua amanhã
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