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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

62 Trabalhos do Grupo Ismael




62


SESSÃO DE 21 DE AGOSTO DE 1940

            Estudara-se, no Evangelho de João, o ponto em que se leem estas palavras de Jesus: ‘’Há muitas moradas na casa de meu Pai ‘’ e um dos componentes do Grupo, apreciando na obra de Roustaing, os comentários dos evangelistas sobre esse ponto, externara a opinião de que, pelo constituir a encarnação um processo de evolução espiritual, parece que nenhum Espírito pode deixar de percorrer toda série delas, desde as mais primitivas até as mais gloriosas. Entendia pois, que a teoria exarada naquela obra e segundo a qual só ficam sujeitos ás encarnações os Espíritos que incorrem em falência, deve ser tida como simples conjectura.
            O diretor do Grupo expande sobre o assunto longas considerações em apoio da doutrina impugnada, fazendo, por último, sentir que não colhem, para invalidá-la, o que se encontre em obras de cientistas, por fruto de suas pesquisas e elucubrações, conforme pretendia o irmão que acabara de falar, uma vez que na obra de Roustaing não se nos depara uma teoria cientifica arquitetada por cérebros humanos, mas uma revelação feita por Espíritos bastante graduados, quais os dos Evangelistas, para dá-la aos homens, de conformidade com os desígnios do Senhor, só nos cabendo, portanto, ou aceitá-la, se já a podemos assimilar, sobre os fundamentos que lhe assinam os reveladores, ou deixá-la de lado, aguardando que o tempo faça a sua obra, com o concurso da intuição granjeada por meio da prece, caso ainda não a possamos agasalhar pelo ensinamento e pelo coração.

Comunicação final,  sonambúlica

            Advertência, conselhos e exortações, a propósito da ligeira divergência de opiniões verificada no curso do estudo feito. – Condição sem qual o Espiritismo não pode considerar-se o Consolador prometido. – Necessidade da maior coesão no Grupo. – Não há encarnação sem culpa: síntese da lição estudada.

Médium:  J. CELANI

            Paz, meus queridos irmãos e companheiros de hoje, de ontem e de amanhã, nesta cruzada de regeneração dos nossos Espíritos pelo Evangelho em espírito e verdade.
            Se o Espiritismo não regenera o homem, se não lhe dá coração capaz de sentir e compreender a ciência divina, em suas manifestações de sabedoria e justiça perfeitas, então ele não é o Consolador prometido.
            Toda a sua obra tem que ser, sobretudo, de educação, para que o homem possa regenerar-se e realizar em si mesmo seus ensinos transcendentes, apesar de simples.
            Todos vós que convivestes comigo na minha última jornada, sabeis que, quando me defrontava com essas controvérsias, costumava perguntar: quem apareceu primeiro, a galinha ou ovo? Homem inculto, mas capacitado de que a minha necessidade primordial era o melhoramento do meu eu, para poder agasalhar a intuição vinda de Deus, porque também há a que vem da treva, dediquei-me de preferência a estudar o Evangelho, rogando sempre ao meu Guia que me abrisse a inteligência para aprender a sutileza dos seus ensinos, o espírito sob a letra; enfim,  para sentir aquilo que eu precisava realizar em mim próprio, a fim de guardar as máximas do mesmo Evangelho.
            Podeis debater essas questões, desde que o façais de coração aberto, humilde, ávidos de compreendê-las, sem olvidar, porém, que qualquer quebra dos princípios de fraternidade concorre para estabelecer a confusão nos Espíritos, em prejuízo da finalidade da vossa reunião.
            Vós, que aqui compareceis em carne, não sois os únicos comensais do banquete. Se os vossos olhos pudessem devassar o ambiente que vos cerca, ficaríeis assombrados de ver a rodear-vos grandes nomes que aí conhecestes e até personalidades que vos combaterem atrozmente.
            Tudo está no coração, meus caros companheiros. O Cristo simbolizou, e muito bem na criança, a simplicidade, em sua lição aos discípulos. Os sábios, na sua maioria, quando se dedicam ao estudo do Espiritismo, fazem-no mais com o escopo de combate-lo, do que com o desejo de encontrar a verdade.
            Para nós outros, estudantes da escola do coração, sua afirmações duvidosas não devem merecer maior atenção.
            Sei, por experiência própria, escolhida no tirocínio longo do estudo da Doutrina, essas lucubrações sem método delineado se tornam indigestas e prejudiciais ao Espírito chamado para determinado esforço, no campo da mesma doutrina.
            Ele precisa graduar tudo: arroubos de inteligências, cabedal adquirido, porque a treva tudo espreita e intervém com uma habilidade e uma sutiliza admiráveis, para conseguir seus fins, afastando o obreiro e dificultando lhe o resgate do passado. Quando, depois, a compreensão vem, é muitas vezes, tarde demais para que ele recupere o tempo perdido em digressões estranhas à finalidade da nossa tarefa.
            A doutrina diz que o Espírito aprende no infinito, de acordo com a sua mentalidade e com a necessidade do seu progresso; que, frequentemente, enriquecido o seu cabedal, ele se julga capaz de alguma coisa fazer por si mesmo.  É o orgulho que nasce e ao qual se seguem a falência e o castigo da encarnação.
            Creio bastante clara à vossa compreensão o que a lição de hoje ensina, porque considerando-se que a encarnação é sofrimento, não parece justo que o Espírito fosse a ela condenada sem culpa.
            Eis  o que tenho a dizer-vos esperançado de que nas vossas futuras reuniões saibais continuar a vossa troca de ideias com os olhos fitos no Cristo, apercebidos  de que vos espreitam os que só  aguardam uma pequena falha na vossa concentração, um quebra de sentimento de fraternidade, a fim de exercerem seu domínio com danoso efeito para a tarefa que vos congrega em torno do Evangelho.
            Paz fique em vossos corações. Que os vossos Guias e servos do altíssimo vos proporcionem a intuição verdadeira, a que desce dos Espíritos eleitos através da escala incomensurável que, partindo de vós, se estende ao mais alto ponto do Infinito, de modo que possais, não esclarecer a obra divina, mas compreender as vossas responsabilidades e os deveres de cristão em Jesus Cristo.
            Paz. Maria vos abençoe. – Richard.

            Faz-se necessário uma coesão maior no vosso Grupo, para que se cumpra a promessa de Bittencourt, feita há dias, e que será um estimulo para todos vós. É que eu queria dizer.

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