Campanha permanente da Federação Espírita Brasileira (FEB)
Bilhetes
G.
Mirim (Antonio Wantuil de Freitas)
Reformador
(FEB) Janeiro 1945
Lendo os nossos pensamentos e neles
encontrando uma partícula de vaidade, esses perigosos inimigos do Espaço
conseguem com facilidade movimentar toda a série de imperfeições que existe em
estado latente dentro de nós, ao mesmo tem que fazem adormecer o que de bom
havíamos acumulado, quer em existências anteriores, quer no que a experiência
ou os bons livros nos forneceram na atual encarnação.
Ao homicida e ao ladrão, a esses muito
mais fácil será a correção dos seus erros, porque, em toda parte, ouvem as
censuras da sociedade e até mesmo do próprio meio em que vivem ou frequentam. O
vaidoso, porém, encontrando sempre quem lhe bata palmas e lhe estimule a
presunção, só mesmo pela ação dos inimigos invisíveis conseguirá a sua cura,
efetuada inconscientemente pelos obsessores, que se insinuam como amigos para
ocasionarem a vingança final, adrede planejada e meticulosamente executada
através de longo período de preparação.
Daí, dessa dificuldade de o próprio
vaidoso se modificar, a permissão da Lei para que os obsessores ajam, porque,
dessa dor que inevitavelmente surgirá como marco final da vingança, o obsidiado
cairá em si e verificará, pela experiência, pelo ridículo e pelo sofrimento, a
necessidade de cultivar a humildade, único meio seguro e eficiente para o nosso
progresso espiritual, ou, seja, para o nosso progresso real, para o progresso
que todos deveremos realizar, ainda que o retardemos pela nossa ignorância do
Evangelho ou por lhe não reconhecermos a origem divina.
Depois que os obsessores nos levarem
ao ridículo e à dor, depois de saciados na sua vingança, nós nos sentimos
dispostos a seguir uma nova estrada, ou, então, sofreremos as consequências da
nossa relutância, no plano humanal ou no espiritual, consequências que cedo ou
tarde nos burilarão o espírito.
Muitas vezes, porém, depois de o
obsessor completar a sua obra de inutilização da vítima, ele a entrega a outros
espíritos brincalhões, zombeteiros ou mesmo perversos, que se utilizarão da
mediunidade da própria vítima ou dos médiuns existentes em seu lar, para lhe
infringirem os sofrimentos resultantes das obsessões permanentes e aterrorizadoras
que vemos em vários lares, dificilmente curáveis, porque oriundas da vaidade
inicial, ainda existente e quase sempre aumentada.
Assim como o ímã atrai uma
infinidade de limalhas de ferro, assim também a nossa vaidade, de acordo com a
lei das afinidades, atrai, ao mesmo tempo, uma multidão de espíritos, desde os
simples zombeteiros até os que esperam, há muito, pelo momento da vingança.
Cultivemos, pois, a humildade.
Estejamos alertas com os que procuram qualquer motivo para elogiar-nos.
Agradeçamo-los com um sorriso de tolerância; todavia não nos julguemos dignos
do elogio que nos dirijam, já por não sermos merecedores de prêmios pelo
cumprimento dos nossos deveres ou pelo que possuamos, já porque, atrás daquele
que nos fala diretamente, pode estar escondido um dos nossos adversários do espaço.
Humildade, pois.
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