Sigamos
adiante
por Djalma Farias Reformador
(FEB) Agosto 1947
Há, de pouco mais de meio século a esta
data (estávamos em
1947...)
, um movimento
auspicioso para fazer o homem voltar àquela primitiva concepção da igreja
Cristã, da época do Cristo e de seus apóstolos, em que o Cristianismo puro, sem
dogmas, sem inovações, sem instituições puramente humanas, era pregado a toda a
criatura para iluminar lhe o destino e encaminha-la à perfeição espiritual, que
era, naquele tempo, o supremo objetivo da doutrina incipiente, segundo a sábia
recomendação do Cristo, quando nos ensinava:
“Sede
perfeitos como o vosso Pai Celestial”.
É evidente esse feliz desejo de
todos recordarem aqueles velhos ensinamentos de Jesus, tão simples e puros, tão
belos e humanos, aqueles ensinamentos que na alvorada do século III começaram a
sofrer a influência comprometedora das inovações perigosas dos homens.
Têm, por isso mesmo, muita razão os
Espíritos que ditaram a “Revelação da Revelação”, compilada por J. B. Roustaing,
quando nos disseram, no Volume II, pág. 367, tradução de Guillon Ribeiro,
referindo-se à Igreja do Cristo, o seguinte, que reproduzimos como ilustração
utilíssima de nossa crônica de hoje:
- “A Igreja que os homens instituíram era humana e, portanto, agiu
humanamente quando, atendendo às suas necessidades, fez se curvassem as frontes
dos que lhe podiam criar embaraços, dominou a matéria por meio de leis
materiais e obstou ao desenvolvimento das inteligências, Que, do contrário, um
dia compreenderiam que ela se transviara. A falta da Igreja não consistiu em
haver usado de seu poder material numa época em que os homens precisavam de
freios e em que só ela se achava nas condições de lhos impor. Qual então a sua
falta? A falta da Igreja consistiu na sua inércia, no seu espírito estacionário
e mesmo retrógrado.
“Os
séculos passaram trazendo cada um o seu contingente de civilização, de
progresso, de luz.
“Só
a Igreja se obstina em manter sobre os homens o véu com que lhes cobre as
inteligências; só ela persiste em perpetuar a infância da humanidade quando
esta, em plena virilidade, se debate por lhe fugir aos entraves. Esforço vão o
dela; a seu malgrado o homem usará da sua inteligência. E quantos, impelidos
pela inteligência a que ela não quis amoldar-se, a repudiaram, considerando-a
demasiado velha para lhes satisfazer às aspirações da alma! Uns chamaram em seu
auxílio o nada; outros esperaram, por não saberem nem negar nem crer. Aproxima-se,
porém, a hora da libertação. As faixas vão cair e o espírito humano,
regenerado, esclarecido, esquecerá todos os maracás que a Igreja oferece à
infância: armar-se-á francamente com as armas do Cristo e entrará na Iiça.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário