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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

A Criação

 


A Criação

A Redação           Reformador (FEB) Maio 1949

             Na edição semanal do ‘Times’, de Londres, de 16 de Fevereiro deste ano, encontramos sob a epígrafe “Criação” interessante artigo sobre a atividade divina na esfera humana, e bem revela a atenção da Ciência ante os domínios da Fé, nos tempos modernos. 

            Sem comentários, traduzimo-lo, aqui, para os companheiros de jornada e espírita-cristã, no Brasil:

           “O propósito fundamental da história bíblica é a exaltação de Deus, como Criador, e Fonte de tudo o que é.

            Concordam em que escalpelar as particularidades do Gênesis, de modo a coloca-las em harmonia com as descobertas científicas atuais, seria talvez desfigurar a poesia sublime e o profundo sentido das letras sagradas; todavia, é imperioso reconhecer que assunto é próprio das indagações intelectuais, mormente no que concerne à concepção cristã que identifica em todo o processo criativo do mundo a ação e o propósito de um Deus vivo.

            Compreendemos, à luz do Evangelho, que o divino trabalho criador não é alguma coisa que se revele inalterável, em determinado ponto do Universo, “a vez por todas”, nem o absoluto prevalece dentro da natureza em que nos encontramos, qual acreditava o deísta do século XVIII.

            O processo da Criação é contínuo.

            Deus pode ser sentido, invariavelmente, em atividade experimentalista e santificante em todo o Cosmos, que lhe constitui obra, propriedade e domínio, sustentando-o, ordenando-lhe os movimentos e guiando-o na direção dos seus sábios e imperscrutáveis destinos.

            Logicamente, assim deve ser, se entendemos no Supremo Senhor o Deus vivo. Tal credo, entretanto, trás consigo certas consequências de grande importância para a vida humana. Ele sugere a Divindade imanente no processo histórico do Planeta, embora muitos estudiosos na atualidade considerem esta afirmação por simples arcaísmo, tão dilatado é o mau uso da vida a que o homem se entregou nos domínios da própria liberdade.

            Realmente nunca foi fácil ao pensador religioso harmonizar a soberania divina com a independência humana, mas urge considerar que é parte substancial da doutrina cristã a certeza de que o Amor Onipotente não pode ser frustrado em tempo algum e que Deus é também o Senhor da História e que seus objetivos paternais quanto ao homem serão, por fim, atingidos.

            Que o homem, um dia, refletirá mais perfeitamente a natureza divina, através da purificação santificadora, é convicção que Jesus nos legou a, efetivamente, um dos mais poderosos estímulos evangélicos.


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