I. Pequeno (Antonio Wantuil de Freitas)
Reformador (FEB) Março 1950
O Espiritismo não é uma religião, e, sim, a Religião;
isto porque só ele ensina que todas as criaturas se salvarão independentemente
dos credos que professem, religando-se todas elas, um dia, ao Criador e Pai.
Assim, não prometendo o Espiritismo
a salvação exclusiva e dogmaticamente para os seus adeptos, mas proclamando que
os ensinos de todos os agrupamentos religiosos conduzem a Deus, etc., o
Espiritismo, será nos tempos vindouros olhado como a verdadeira religião do Planeta.
O Espiritismo não é uma religião
porque seu fito não é destruir as centenas de religiões e seitas em que se
dividiram os homens ou mesmo tomar-lhes o lugar. É, sim, o de penetrar em todas
elas, levando-as, através do conhecimento das novas revelações, a se adaptarem
à evolução determinada de Mais Alto, qual aconteceu na época em que Jesus
esteve entre nós.
Se alguns grupamentos religiosos
forcejarem contra a Luz de Cima, assistiremos então à derrocada e ao
desaparecimento deles, exatamente como aconteceu com a maior e mais poderosa
organização religiosa do mundo, na época da Roma dos Césares - o Paganismo.
À palavra religião ligaram os homens
a ideia de cerimônias litúrgicas, e, daí, a necessidade de se criar um novo
termo ou de se fazer voltar ao vocábulo religião a sua verdadeira significação.
Não havendo possibilidade de se
introduzir um novo termo, por estar registrado o já existente na legislação de
todos os países todo o esforço deverá então ser feito no sentido de aplicar à
palavra religião o seu significado nato.
Há empenho, da parte dos nossos adversários
em provar às autoridades do País que o Espiritismo não deve ser considerado
como religião e que, assim sendo, não se encontra sob a proteção da
Constituição Nacional.
É apenas ciência!" - dizem
eles. Mais além, retomam: “Kardec assim o afirmou!” -
A respeito
desses pontos, "Reformador' de Outubro de 1949 já esclareceu devidamente,
pela pena do próprio Codificador, em trabalho por ele escrito quatro meses
antes do seu decesso, afirmando que o Espiritismo não é uma religião, um culto,
mas, a religião.
Em S. Paulo, há tempos, certa
autoridade deixou de atender a um justo pedido que os espíritas lhe dirigiram,
porque, alegou aquela autoridade, o Espiritismo não é uma religião.
Quando se processou o último censo da população do
Brasil, colocaram, nas fichas distribuídas com o povo, várias religiões e não
falaram em Espiritismo, porque, disseram também eles o Espiritismo não é
religião.
Como vemos, por essa pequena mostra
bem fez a Federação Espírita Brasileira declarando taxativamente, em seus novos
Estatutos que ela é uma sociedade religiosa. r
Vamos ver, agora, diante dessa afirmativa dos Estatutos
da Casa Máter, se os nossos irmãos católicos ainda continuarão a espalhar que a
Constituição do País não nos coloca em igualdade de direitos com os demais agrupamentos
religiosos!
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