'O Livro
dos Espíritos' e o Demonismo
A
Redação
Reformador (FEB) 16 de Junho de 1917
Há sessenta anos,
foi publicado “O Livro dos Espíritos”.
Porque este título em oposição às ideias predominantes, cientificas
e religiosas?
Encontramos a explicação nos subtítulos audaciosos. O
livro continha (textualmente) os princípios da doutrina espírita sobre a natureza
dos seres do mundo incorpóreo, suas manifestações e relações com os homens,
sobre as leis morais, a vida presente, a vida futura e o futuro da humanidade.
Foi ditado e publicado por ordem de espíritos superiores. Em épocas anteriores, houve comunicações entre espíritos desencarnados e
encarnados mas andavam envoltas em mistérios, em lendas, fábulas e
superstições.
Recebendo revelações do mundo espiritual, pode Allan
Kardec organizar a doutrina espírita. “Os espíritos anunciam, disse o Mestre,
que são chegados os tempos marcados pela Providência para uma universal
manifestação e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes da vontade
divina, a sua missão é instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para
a regeneração da humanidade. Este livro é um resumo de seus ensinamentos. Foi
escrito por ordem e sob o ditado de espíritos superiores para servir de fundamento
a uma filosofia racional, despida de preconceitos. Nada contém que não seja a expressão do pensamento
deles e que não tenha sofrido o seu exame.
A ordem e a distribuição metódica das matérias como as observações
e a forma de algumas partes da redação são somente a obra daquele que recebeu a
missão de publica-lo”.
Há mais de meio século essa obra fundamental, publicada
em numerosas edições e em várias línguas, tem sido estudada, comentada, submetida
a exame e à crítica.
Os seus princípios estão firmes.
Percorrei os capítulos d’ O Livro dos Espíritos.
Vede as soluções dadas pelos reveladores às grandes
questões humanas, aos grandes problemas que interessam à humanidade.
Depois das noções gerais insertas na primeira parte, as
revelações, cada qual mais instrutiva, versam sobre o mundo dos espíritos. Allan
Kardec coordenou em seguida as leis morais, entre as quais prima a lei do progresso,
e encerrou os ditados com os capítulos sobre as esperanças e consolações.
Na conclusão, o Mestre nos apresentou um resumo da
doutrina revelada, encarando-a sob vários aspectos.
A doutrina regeneradora está vitoriosa em toda linha.
Para ela volve a humanidade, nesta predita hora amarga de
tormento...
Quando se revelam os Espíritos, nossos irmãos do espaço,
mensageiros do Senhor, quando se ergue entre os escombros do presente, essa construção
magnífica - a Nova Revelação, que vem reafirmar o ensino evangélico, expurga-lo
das glosas humanas, faze-los resplandecer e frutificar, o farisaísmo, ostentando,
como outrora em Jerusalém, o seu luxo, a sua vaidade, o seu orgulho e poderio
nos templos de pedra, renova, reproduz e repisa as
antigas acusações. A mesma
assacadilha de enviado de Satã, dirigida ao Cristo, é reeditada contra o
Espiritismo.
Comparai os princípios da doutrina espírita, expostos na
obra imortal de Allan Kardec, com as invenções mesquinhas e ridículas do
demonismo clerical.
Os fariseus, que estão retratados nos Evangelhos - e o Cristo
se dirigiu, fulminando-os, a todos eles presentes e futuros, - os fariseus, dizíamos,
precisam manter o mito do diabo. Dele necessitam para a exploração da indústria
religiosa. É fonte de renda. É instrumento de governo.
Lamentamos a situação dos que, pretendendo, segundo
dizem, dirigir almas, exploram a ignorância e caem debaixo da divina apóstrofe:
“- Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!”
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