Na
intimidade doméstica
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Julho
1964
A história do bom
samaritano, repetidamente estudada, oferece conclusões sempre novas.
O viajante compassivo encontra o ferido anônimo na
estrada.
Não hesita em auxilia-lo.
Estende-lhe aa mãos.
Pensa-lhe as feridas.
Recolhe-o nos braços sem qualquer ideia de preconceito.
Condu-lo ao albergue mais próximo.
Garante-lhe a pousada.
Olvida conveniências e permanece junto dele, enquanto necessário.
Abstém-se de indagações.
Parte ao encontro do dever, assegurando-lhe a assistência
com os recursos da própria bolsa, sem prescrever lhe obrigações.
*
Jesus transmitiu-nos a parábola, ensinando-nos o exercício
da caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la,
via de regra, às pessoas que não nos comungam o quadro particular.
Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto
doméstico.
Não descem de Jerusalém para Jericó, mas tombam da fé
para a desilusão e da alegria para a dor, espoliados nas melhores esperanças,
em rudes experiências.
Quantas vezes surpreendemos as vítimas da obsessão e do
erro, da tristeza e da provação, dentro de casa!
Julgamos, assim, que a parábola do bom samaritano
produzirá também efeitos os admiráveis, toda vez que nos decidimos a usá-la, na
vida íntima, compreendendo e auxiliando os vizinhos e companheiros, parentes e
amigos, sem nada exigir e sem nada perguntar.
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