Calvário
acima
Agar por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro
1956
O calvário das provas terrenas é o preço de nossa ressurreição.
Agradecemos a poeira da senda que atravessamos sob o peso
da cruz, bendizendo as chagas que nos purificam o coração.
A dor revela júbilos sublimes como a noite descerra as
maravilhas celestiais.
Tenhamos coragem, ainda e sempre.
Enquanto escalamos o monte da redenção, o suor e o pranto
da fadiga nos expurgam a face, muita vez, enevoando-nos a visão; contudo
atingiremos o Alto e, de joelhos, abençoaremos os espinhos que nos dilaceraram
e as pedras que nos feriram...
Decerto, no jardim humano, o perfume das flores
passageiras nos enternece, mas no escabroso
caminho da ascensão espiritual, nessas flores mais belas são as que desabrocham
da compreensão e do amor que nunca morrem.
Busquemos a alegria recôndita das almas que,
gradativamente, se libertam dos compromissos com a sombra e acariciam as
promessas da luz e desfrutemos a divina serenidade daqueles que selam na
renúncia e no sofrimento a certeza d própria renovação.
Continuamos lembrando o Eterno Benfeitor que passou na
Terra como sendo o “Amor não amado”... Nem por isso deixou Jesus de estender as
bênçãos do serviço a todos no erguimento do bem. Levantando os tristes e
curando os doentes, ajudando e amparando, sem descansar, não dispunha de uma pedra
onde repousar a dolorida cabeça.
Seja o Cristo nosso exemplo constante!... Recordemo-lo,
em todas as nossas horas, para que o tempo não seja para nós um empréstimo frustrado
e procuremo-lo, cada dia, a fim de que saibamos desculpar infinitamente e servir
sem esmorecer.
Nossas dificuldades são nossos guias e os aguilhões do
mundo, criando em nós desencanto e ansiedade, são as bênçãos de luz que nos incentivam
à procura do Céu.
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