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sexta-feira, 2 de março de 2018

Amor Universal



Amor Universal
Jayme Braga
psicografia de Porto Carreiro
Reformador (FEB) Fevereiro 1947

O Prof. Porto Carreiro estava escrevendo uma carta a um amigo, quando
se apresentou seu Guia, Jayme Braga, e ditou um trecho da carta. O trecho do Guia, destacado da missiva, vai impresso aqui, porque interessa a todos; é um ensino sobre a colaboração universal. - A redação.

“Não há dúvida de que só a colaboração pode frutificar: as árvores precisam do solo e do sol, da terra e do espaço. Na árvore vemos a expressão requintada da colaboração, silenciosa e eficiente infatigável e desprendida, conhecendo seu destino, que não é para seu proveito, mas para sustento de outrem: desde a sombra que prodigaliza a quem, ensolarado, morre à abundância de calor - que lhe seria a vida; desde a ave, que lhe procura a ramaria, para construir com esses mesmos ramos o abrigo para a vida e para a morte; desde a flor, que delicia, e o fruto, que mitiga a fome e desaltera a sede; até o próprio cerne, as raízes, a casca, elementos de construção, seja da casa em vida, seja do lar na morte. Ereto e impávido, ou humilde e rastejante - cumpre o vegetal seu destino - que é o destino da comunidade. Em si mesmo demonstra a colaboração de forças e de elementos materiais, dando exemplo do amor sem interesse mesquinho, mas do Amor que olha tão somente a outrem - pois serve com seu próprio sacrifício: despetala-se para adorno, frutifica para alimento, tomba para abrigo. Vivo, dá ainda sombra e refrigério, tranquilidade e segurança, repouso e embalo; morto, consome-se ao fogo voraz, que aos homens aquece o sangue enregelado e lhes prepara o alimento; e as cinzas ainda são úteis a esse mesmo homem que o destruiu, para servir-lhe à vida insaciável. Canta as glórias do Senhor, ao lhe perpassarem as brisas na folhagem. E vive para essa glória; altaneiro, olha, em êxtase, para o céu azul da primavera; submisso, suplica, em contrição, ao céu plúmbeo do inverno. Canta, mas não para si mesmo, senão para embalar os corações amargurados. Conta-lhes a majestade do Além, que sonda pelas folhas do tope; conta-lhes as maravilhas da Terra, perscrutando-lhe os segredos através das raízes. Ligado ao solo, procura, entretanto, a luz; não procura fugir à terra, antes a esta se apoia; mas não lhe esquece que a Vida a deve ao Sol - Fonte de sua Vida maior, para a grandeza de si mesmo.

Nós precisamos dos Grandes e dos pequenos; daqueles que nos determinam as tarefas, nos instruem e conduzem, inspiram e animam, confiam e esperam; como dos humildes, por sua vez nossos indispensáveis auxiliares, os nutridores da nossa energia, os colaboradores acidentais - inspirados, eles mesmos, pelos mesmos inspiradores nossos. São a luz, que incide nas folhas, para reforço da energia invisível; são a terra, que traz o alimento maternal, a ser absorvido pela raiz. São, todos, os elos da infinita cadeia, que indissoluvelmente liga a matéria ao Espírito, no conjunto harmônico do Amor Universal!"

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