Amor Universal
Jayme Braga
psicografia de Porto Carreiro
Reformador
(FEB) Fevereiro 1947
O Prof. Porto
Carreiro estava escrevendo uma carta a um amigo, quando
se apresentou seu Guia, Jayme Braga, e
ditou um trecho da carta. O trecho do Guia, destacado da missiva, vai impresso
aqui, porque interessa a todos; é um ensino sobre a colaboração universal. - A
redação.
“Não há dúvida de
que só a colaboração pode frutificar: as árvores precisam do solo e do sol, da
terra e do espaço. Na árvore vemos a expressão requintada da colaboração,
silenciosa e eficiente infatigável e desprendida, conhecendo seu destino, que
não é para seu proveito, mas para sustento de outrem: desde a sombra que
prodigaliza a quem, ensolarado, morre à abundância de calor - que lhe seria a
vida; desde a ave, que lhe procura a ramaria, para construir com esses mesmos
ramos o abrigo para a vida e para a morte; desde a flor, que delicia, e o
fruto, que mitiga a fome e desaltera a sede; até o próprio cerne, as raízes, a
casca, elementos de construção, seja da casa em vida, seja do lar na morte.
Ereto e impávido, ou humilde e rastejante - cumpre o vegetal seu destino - que
é o destino da comunidade. Em si mesmo demonstra a colaboração de forças e de
elementos materiais, dando exemplo do amor sem interesse mesquinho, mas do Amor
que olha tão somente a outrem - pois serve com seu próprio sacrifício:
despetala-se para adorno, frutifica para alimento, tomba para abrigo. Vivo, dá
ainda sombra e refrigério, tranquilidade e segurança, repouso e embalo; morto,
consome-se ao fogo voraz, que aos homens aquece o sangue enregelado e lhes prepara o
alimento; e as cinzas ainda são úteis a esse mesmo homem que o destruiu, para
servir-lhe à vida insaciável. Canta as glórias do Senhor, ao lhe perpassarem as
brisas na folhagem. E vive para essa glória; altaneiro, olha, em êxtase, para o
céu azul da primavera; submisso, suplica, em contrição, ao céu plúmbeo do
inverno. Canta, mas não para si mesmo, senão para embalar os corações
amargurados. Conta-lhes a majestade do Além, que sonda pelas folhas do tope; conta-lhes as
maravilhas da Terra, perscrutando-lhe os segredos através das raízes. Ligado ao
solo, procura, entretanto, a luz; não procura fugir à terra, antes a esta se apoia;
mas não lhe esquece que a Vida a deve ao Sol - Fonte de sua Vida maior, para a grandeza de si
mesmo.
Nós precisamos dos
Grandes e dos pequenos; daqueles que nos determinam as tarefas, nos instruem e
conduzem, inspiram e animam, confiam e esperam; como dos humildes, por sua vez
nossos indispensáveis auxiliares, os nutridores da nossa energia, os
colaboradores acidentais - inspirados, eles mesmos, pelos mesmos inspiradores
nossos. São a luz, que incide nas folhas, para reforço da energia invisível;
são a terra, que traz o alimento maternal, a ser absorvido pela raiz. São,
todos, os elos da infinita cadeia, que indissoluvelmente liga a matéria ao
Espírito, no conjunto harmônico do Amor Universal!"
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