A FEB e a Transcomunicação
por Juvanir
Borges de Souza
Mensagem
do Presidente da FEB apresentada na
Sessão
de abertura do Congresso Brasileiro de Transcomunicação,
na
noite de 22-5-92, em São Paulo, Centro de Convenções do Anhembi.
Reformador
(FEB), pág. 213 - Julho 1992
Queremos inicialmente saudar,
fraternalmente, os promotores e organizadores deste Congresso e a todos os que
tomam parte dele.
Nossa presença neste Congresso de
Transcomunicação, que se deve ao convite da Dra. Marlene Severino Nobre, digna
Presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo e dirigente do jornal
“Folha Espírita”, é uma excelente oportunidade para que os espiritistas do
Brasil e do Mundo possam tomar conhecimento da posição em que se coloca a FEB.
É com natural alegria que constatamos, mais
uma vez, que a Revelação Espírita é confirmada, em seus fundamentos, pela
Ciência terrena: a comunicabilidade entre o Mundo Invisível e os homens, vale
dizer, entre Espíritos encarnados e desencarnados.
O Espiritismo nada tem a opor à Ciência, ao
conhecimento progressivo em qualquer campo de suas pesquisas, desde que
conduzidas com seriedade e responsabilidade. Pelo contrário, o Espiritismo, que
é também Ciência, uma Ciência abrangente que não se ocupa somente da matéria,
não poderia jamais colocar-se em situação contraditória consigo mesmo.
Os Espíritos reveladores deixaram
muito claro a Allan Kardec que a Revelação é progressiva; que, por isso, ela
não estava oferecendo a última palavra a respeito do conhecimento da Verdade;
que o futuro, na medida do próprio esforço dos homens, reservaria novas
revelações complementares da base que o Consolador oferecia inicialmente à
Humanidade.
Por sua vez a lucidez do
Codificador complementou que o Espiritismo marcharia com a Ciência, uma vez que
a Doutrina é também progressiva e não estática. E acrescentou sabiamente que,
se em algum ponto incorresse em engano, a própria Doutrina retificaria esse
ponto para se colocar sempre em consonância com as realidades.
Por isso mesmo a FEB, fiel aos
princípios estabelecidos na Codificação da Doutrina, não tem por que deixar de
saudar novas etapas do progresso, máxime no terreno tão importante para a
Humanidade, qual seja o da intercomunicação entre seus dois planos de vida.
Ora, essa comunicação entre os dois mundos já se faz comprovadamente desde
tempos imemoriais. Os livro sagrados e as tradições das grandes religiões o
comprovam sobejamente.
A Codificação Espírita confirmou a comunicabilidade,
estudou-a de acordo com as técnicas e as pesquisas desenvolvidas por Allan
Kardec. Posteriormente ao mestre, outros pesquisadores comprovaram inclusive a
materialização dos Espíritos, fenômeno também conhecido desde longínqua antiguidade.
Agora, desde algumas décadas, as
manifestações se fazem através dos diversos instrumentos que a tecnologia vai
colocando à disposição do homem: o telefone, as fitas magnéticas dos gravadores
e mais recentemente, os aparelhos sofisticados de som e imagem.
Os espíritas nada têm a temer
diante dos tempos novos, diante das pesquisas sérias, desde que conduzidas com
isenção de ânimo, com interesse verdadeiramente científico que devem
caracterizar tais pesquisas.
Dentro desses pressupostos,
isolados os elementos que têm propósitos tendenciosos em defesa de pontos de
vista contrários à verdade dos fatos e às realidades transcendentes - cautelas
que competem aos próprios pesquisadores - cumpre-nos saudar o novo passo da
Transcomunicação Instrumental.
Sentimos que a mediunidade é
engrandecida e confirmada diante das novas técnicas, que apenas comprovariam
“materialmente” o que os materialistas não aceitam por não lhes afetar os
sentidos físicos: a existência do Espírito.
Na nossa preocupação permanente de
não perder de vista a Ciência e a Religião, não se opõem nem se conflitam,
antes se completam e se auxiliam mutuamente - um pensamento que nos parece de
suma importância nos ocorre expressar neste momento em que os interesses de
espíritas e espiritualistas se voltam para nova fase da transcomunicação
transcendental: referimo-nos à necessidade de os pesquisadores se munirem, ao
lado do preparo intelectual, científico, isento de preconceitos, de uma moralidade
que respeite à ética superior, cujo padrão máximo encontramos no Evangelho de
Jesus, à luz da Doutrina Espírita.
E isso ousamos reafirmar diante dos
perigos que o conhecimento das coisas novas tem trazido para a Humanidade,
quando se abstém da Moral superior. Haja vista o que ocorreu com a fissão do
átomo e ora preocupa o homem no terreno da engenharia genética.
Assim também no campo da
Transcomunicação não se pode prescindir da união entre o Conhecimento e a
Moralidade superior.
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