Mortos Amados
Emmanuel
por Chico Xavier
Na Terra, quando perdemos a
companhia de seres amados, ante a visitação da morte, sentimo-nos como se nos
arrancassem o coração para que se faça alvejado fora do peito. Ânsia de rever sorrisos que se extinguiram,
fome de escutar palavras que emudeceram. E bastas vezes, tudo o que nos resta no mundo íntimo é um
veio de lágrimas às estanques, sem recursos de evasão pelas fontes dos olhos.
Compreendemos, sim, neste Outro Lado da Vida, o suplício dos que vagueiam entre
as paredes do lar ou se imobilizam no espaço exíguo de um túmulo indagando o porquê... Se varas semelhantes sombras
de saudade e distância, se o vazio te atormenta
o espírito, asserena-te e ora, como saibas e como possas, desejando a paz e a
segurança dos entes inesquecíveis que te antecederam na Vida Maior.
Lembra a criatura querida que não
mais te compartilha as experiências no Plano Físico, não por pessoa que
desapareceu para sempre e sim à feição de criatura invisível; mas não de todo
ausente.
Os que rumaram para outros
caminhos, além das fronteiras que marcam a desencarnação, também lutam e amam,
sofrem e se renovam. Enfeita-lhes a memória com as maiores lembranças que
consigas enfileirar e busca tranquilizá-los com o apoio de tua conformidade e
de teu amor. Se te deixas vencer pela angústia, ao recordar-lhes a imagem,
sempre que se vejam em sintonia contigo, ei-los que suportam angústia maior, de
vez que passam a carregar as próprias aflições sobretaxadas com as tuas.
Compadece-te
dos entes amados que te precederam na romagem da Grande Renovação. Chora,
quando não possas evitar o pranto que se te derrama da alma, no entanto,
converte quanto possível as próprias lágrimas
em bênçãos de trabalho e preces de esperança, porquanto eles todos te
ouvem o coração na Vida Superior, sequiosos de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio
aperfeiçoamento, à procura do amor sem adeus.
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