Uma
Ovelha em Cem
18,10 Vede, não desprezeis alguns destes pequeninos! Porque eu vos digo que seus
anjos no céu contemplam, sem cessar, a face de Meu Pai que
está nos céus;
18,11 Porque o Filho do Homem veio salvar o que
estava perdido.
18,12 “- Que vos parece: Um homem possui cem ovelhas: Uma delas se desgarra. Não deixa
ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou?
18,13 E, se a encontra, sente mais júbilo
do que pelas noventa e nove que não se desgarraram.
18,14 Assim é a vontade de vosso Pai celeste: -Que não se perca um só destes pequeninos.”
Para Mt (18,10), -Não desprezeis nenhum dos pequeninos -
encontramos a palavra de Emmanuel
por Chico Xavier
em
“Fonte Viva”:
“Quando Jesus nos recomendou não desprezar os pequeninos, esperava
de nós não somente medidas providenciais alusivas ao pão e à vestimenta.
Não basta alimentar minúsculas bocas
famintas ou agasalhar corpinhos enregelados.
É imprescindível o abrigo moral que
assegure ao espírito renascente o clima de trabalho necessário à sua
sublimação.
Muitos pais garantem o conforto
material dos filhinhos, mas lhes relegam a alma a lamentável abandono.
A vadiagem na rua fabrica delinquentes
que acabam situados no cárcere ou no hospício, mas o relaxamento espiritual no
reduto doméstico gera demônios sociais de perversidade e loucura que, em muitas
ocasiões, amparados pelo dinheiro ou pelos postos de evidência, atravessam
largas faixas de século, espalhando miséria e sofrimento, sombra e ruína, com
deplorável impunidade à frente da justiça terrestre.
Não desprezes, pois, a criança,
entregando-a aos impulsos da natureza animalizada.
Recorda que todos nos achamos em
processo de educação e reeducação, diante do Divino Mestre.
O prato de refeição é importante no
desenvolvimento da criatura, todavia, não podemos esquecer “que
nem só de pão vive o homem.”
Lembremo-nos da nutrição espiritual
dos meninos, através de nossas atitudes e exemplos, avisos e correções, em
tempo oportuno, de vez que desamparar moralmente a criança, nas tarefas de
hoje, será condená-la ao menosprezo de si mesma, nos serviços de que se
responsabilizará amanhã.”
Recorremos, mais uma vez, a Emmanuel, por Chico Xavier, em “Livro
da Esperança” para Mt (18,14), ‘Que nenhum desses pequeninos se perca... ‘
Muito grande no mundo o cortejo das
moléstias que infelicitam as criaturas, no entanto, maior é o fardo de
inquietação que lhes pesa nos ombros.
Onde haja sinal de presença humana,
aí se amontoam os supliciados morais, lembrando legiões de sonâmbulos, fixados
no sofrimento.
Não apenas os que passeiam na rua a
herança de lágrimas que trouxeram ao renascer... Esmagadora percentagem de aflitos
carrega temerosos no refúgio doméstico que, levantado em louvor da alegria
familiar, se transforma, não raro, em clausura flagelante. Daí procede o acervo
dos desalentados que possuem tão somente a fria visão da névoa para o dia
seguinte. São pessoas desacoroçoadas na luta pela aquisição de suprimento à
exigências primárias; pais e mães transidos de pesar, diante de filhos que lhes
desdouram a existência; mulheres traumatizadas em esforço de sacrifício;
crianças e jovens desarvorados nos primeiros passos da vida; companheiros
encanecidos em rijas experiências, atrelados à carga de labores caseiros,
quando não acolhidos nos braços da caridade pública, de modo a não perturbarem
o sono dos descendentes...
Somemos semelhantes desgostos às
tribulações dos que clamam por equilíbrio nas grades dos manicômios; dos que
sonham liberdade na estreiteza do cárcere; dos que choram manietados em leitos
de expiação e dos milhares de espíritos desencarnados, ainda em pesadelos
indescritível, que comunicam à esfera física os rescaldos do próprio desespero,
e verificaremos que a tristeza destrutiva é comparável à praga fluídica,
prejudicando todos os flancos da evolução na Terra.
Ponderando
tudo isso, respeitemos a dor, mas plantemos a alegria e a esperança, onde nossa
influência logre chegar.
Falemos de otimismo, cultivemos serviço, ensinemos confiança e
exercitemos serenidade. Ninguém espera
sejamos remédio a toda angústia e rio à toda sede, entretanto, à frente da
sombra e da secura que atormentam os homens, cada um de nós pode ser a
consolação do raio de luz e a bênção do copo d’água.”
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