Os Obsedados
8,16 Pela tarde, apresentaram-lhe muitos obsedados por espíritos inferiores. Com uma palavra, expulsou ele os espíritos e curou todos os enfermos.
8,17 Assim se cumpriu a predição do profeta Isaías: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.” (Isaías 53,4)
Para Mt (8,16-17) -Os Obsedados-, buscamos o Cap. XV de “A Gênese” , de Alan Kardec, para os seguintes comentários:
“Como as curas, as libertações de possessos figuram entre os mais numerosos atos de Jesus. Alguns há, entre os fatos dessa natureza, em que a possessão não é evidente. Provavelmente, naquela época, atribuía-se à influência dos demônios todas as enfermidades cuja causa se não conhecia, principalmente a mudez, a epilepsia e a catalepsia. Outros há, todavia, em que nada tem de duvidosa a ação dos maus Espíritos, casos esses que guardam com os de que somos testemunhas tão frisante analogia, que neles se reconhecem todos aos sintomas de tal gênero de afecção. A prova da participação de uma inteligência oculta, em tal caso, resulta de um fato material: são as múltiplas curas radicais obtidas, nalguns centros espíritas, pela só evocação e doutrinação dos espíritos obsessores, sem magnetização, nem medicamentos e, muitas vezes, na ausência do paciente e a grande distância deste.
A imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os Espíritos imperfeitos, chamados então de demônios, que lhe bastava ordenar se retirassem para que não pudessem resistir a essa injunção.”
Para Mt (8,17) - O passe - selecionamos trecho do livro “Segue-me!” de Emmanuel por Chico Xavier:
“Meu amigo, o passe é transfusão de energias físico-químicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em teu benefício.
Se a moléstia, a tristeza e a amargura são remanescentes de nossas imperfeições, enganos e excessos, importa considerar que, no serviço do passe, as tuas melhoras resultam da troca de elementos vivos e atuantes.
Trazes detritos e aflições e alguém te confere recursos novos e bálsamos reconfortantes.
No clima da prova e da angústia és portador da necessidade e do sofrimento. Na esfera da prece e do amor um amigo se converte no instrumento da Infinita Bondade para que recebas remédio e assistência.
Ajuda o trabalho de socorro aqui mesmo com esforço da limpeza interna.
Esquece os males que te apoquentam.
Desculpa as ofensas de criaturas que te não compreendem.
Foge ao desânimo destrutivo e enche-te de simpatia e entendimento para com todos os que te cercam.
O mal é sempre a ignorância, e a ignorância reclama perdão e auxílio para que se desfaça, em favor da nossa própria tranquilidade. Se pretendes, pois, guardar as vantagens do passe que, em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro.
Ninguém deita alimento indispensável em vaso impuro.
Não abuses, sobretudo daqueles que te auxiliam. Não tomes o lugar do verdadeiro necessitado, tão só porque os teus caprichos e melindres pessoais estejam feridos. O passe exprime, também, gastos de forças e não deves provocar o dispêndio de energias do Alto com infantilidade e ninharias.
Se necessitas de semelhante intervenção, recolhe-te à boa vontade, centraliza atua expectativa nas fontes celestes do suprimento divino, humilha-te, conservando a receptividade edificante, inflama o teu coração na confiança positiva e, recordando que alguém vai arcar com o peso de tuas aflições, retifica o teu caminho, considerando igualmente o sacrifício incessante de Jesus por todos nós, porque, de conformidade com as leis sagradas, Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.”
Do livro “Lindos Casos - Chico Xavier”, de Ramiro Gama, para Mt (8,17) - ...e levou as nossas doenças, transcrevemos a palavra do espírito Neio Lúcio por Chico Xavier...
“Os doentes eram tantos em Pedro Leopoldo, noite a noite, que o espírito de Néio Lúcio, compadecendo-se dos sofredores, endereçou-lhes a mensagem que transcrevemos abaixo:
Palavras aos Enfermos
Toda enfermidade do corpo é processo educativo para a alma.
Receber, porém, a visitação benéfica entre manifestações de revolta é o mesmo que recusar as vantagens da lição, rasgando o livro que no-la transmite.
A dor física, pacientemente suportada, é golpe de buril divino realizando o aperfeiçoamento espiritual.
Tenho encontrado companheiros a irradiarem sublime luz do peito, como se guardassem lâmpadas acesas dentro do tórax.
Em maior parte, são irmãos que aceitaram, com serenidade, as dores longas que a Providência lhes endereçou, a benefício deles mesmos.
Em compensação, tenho sido defrontado por grande número de ex-tuberculosos e ex-leprosos, em lamentável posição de desequilíbrio, afundados muitos deles em charcos de treva, porque a moléstia lhes constituiu tão somente motivo à insubmissão.
O doente desesperado é sempre digno de piedade, porque não existe sofrimento sem finalidade de purificação e elevação.
A enfermidade ligeira é aviso.
A queda violenta das forças é advertência.
A doença prolongada é sempre renovação de caminho para o bem.
A moléstia incurável no corpo é reajustamento da alma eterna.
Todos os padecimentos da carne se convertem, com o tempo, em claridade interior, quando o enfermo sabe manter a paciência, aceitando o trabalho regenerativo por bênção da Infinita Bondade.
Quem sustenta a calma e a fé, nos dias de aflição, encontrará a paz com brevidade e segurança, porque a dor, em todas as ocasiões, é a serva bendita de Deus, que nos procura, em nome dele a fim de levar a efeito, dentro de nós, o serviço da perfeição que ainda não sabemos realizar.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário