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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

03 / 07 Algumas Ideias e Pensamentos de Allan Kardec


Allan Kardec
Algumas Ideias e Pensamentos (3)

Coligidos por Sylvio Brito Soares

Reformador (FEB)   Junho 1957

Siglas usadas no final de cada ideia ou pensamento, indicadoras das obras de onde foram extraídos.

C. I. - O Céu e o Inferno
E. - O Evangelho segundo o Espiritismo
G. - A Gênese
L. E. - O Livro dos Espíritos
L. M. - O Livro dos Médiuns
O. P. - Obras Póstumas
Oq. - O que é o Espiritismo
P. E. - O Principiante Espírita
R - Reformador
R. S. - La Revue Spirite


Deus  

            DEUS é o infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não está conhecida por uma outra que não o está mais do que a primeira. (L.E. – Pág. 50.)

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            A inteligência de Deus se revela em suas obras como a de um pintor no seu quadro; mas, as obras de Deus não são o  próprio Deus como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.     (L. E. Pág. 54.)

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            A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão. (L. E. - Pág. 52.)
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            Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária de todas as coisas seja qual for o nome que lhe deem. (L.E. – Pág. 51.)

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            A prova da existência de Deus temo-la neste axioma: Não há efeito sem causa. Vemos constantemente uma imensidade de efeitos, cuja causa não está na Humanidade, pois que a Humanidade é impotente para produzi-Ios, ou, sequer, para os explicar. A causa está acima da Humanidade. É a essa causa que se chama Deus, Jeová, Alá, Brama, Fo-Hi, Grande Espírito, etc.
(O. P. - 27.)

Divórcio

            O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado, não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina. Se fosse contrário a essa lei, a própria Igreja seria obrigada a considerar prevaricadores aqueles de seus chefes que, por autoridade própria e em nome da religião, hão imposto o divórcio em mais de uma ocasião. E dupla seria aí a prevaricação porque nesses Casos o divórcio há objetivado unicamente interesses materiais e  não a satisfação da lei de amor. (E. - 281. )

Dogma

            Não pode a religião deixar de ganhar em autoridade acompanhando o progresso dos conhecimentos científicos, como não pode deixar de perder, se se conservar retardatária, ou a protestar contra esses mesmos conhecimentos em nome dos seus dogmas, visto que nenhum poderá prevalecer contra as leis da Natureza, ou anulá-las . Um dogma que se funde na negação de uma lei da Natureza não pode exprimir a verdade. (O. P. - 39.)

Dor

            O corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa primária desta é, pelo menos, a causa imediata . A alma tem a percepção da dor, essa percepção é o efeito. A lembrança que da dor a alma conserva pode ser muito penosa, mas não pode ter ação física.  De fato, nem o frio , nem o calor são capazes de desorganizar os tecidos da ulma, que não é suscetível de congelar-se, nem de queimar-se. (L.E. - Pág . 159.)

Egoísmo

            O egoísmo e o orgulho matam as sociedades particulares, como matam os povos e a sociedade em geral. (Disc.  A.K. em Lião, 1862. - R. Janeiro, 1944).


Espiritismo

            O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés, é consequência direta da sua doutrina. A ideia vaga da vida futura, acrescenta a revelação da existência do mundo invisível que nos rodeia e povoa o Espaço, e com isso precisa a crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade à ideia. Define os laços que unem a alma ao corpo e levanta o véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte. Pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, porque está na Terra, porque sofre temporariamente e vê por toda a parte a justiça de Deus. (G. - Pág. 27.)     

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            O Espiritismo dá aos homens tudo de que eles necessitam para sua felicidade aqui na Terra, porque lhes ensina a se contentarem com o que tenham; sejam os espiritas os primeiros a se aproveitarem dos benefícios que ele traz e inaugurem entre o reino da harmonia que resplandecerá nas gerações futuras. (R.S., 1868, R.  Out. 1949.)

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            Talvez nos contestem a qualificação de ciência que damos ao Espiritismo. Sem dúvida não teria ele em caso algum os caracteres de uma ciência exata e justamente por isso erram os que pretendem julga-Io e experimentá-lo como uma análise química ou um problema de matemática; já é muito que ele tenha o caráter de uma ciência  filosófica. Toda ciência tem que basear-se em fatos; mas só os fatos não constituem a ciência: a ciência nasce da coordenação e da dedução lógica dos fatos: é o conjunto das leis que o regem. Já chegou o Espiritismo ao estado de ciência? Se se pretende a uma ciência perfeita, sem dúvida seria prematuro responder afirmativamente; mas desde já as observações são bastante numerosas para podermos deduzir  pelo menos princípios gerais e isso é o começo da ciência. (Trecho artigo A.K. -- Introdução; R.S. - Janeiro, 1858; R. Outubro, 1946.)

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            Qualquer que seja a influência que um dia o Espiritismo chegue a exercer sobre as sociedades, não se suponha que ele chegue a exercer uma aristocracia por outra, nem a impor leis; primeiramente, porque, proclamando o direito absoluto à liberdade de consciência e do livre exame em matéria de  fé, quer, como crença, ser livremente aceito, por convicção e não por constrangimento. Pela sua natureza, não pode, nem deve exercer nenhuma pressão. Proscrevendo a fé cega que ser compreendido. Para ele, absolutamente não há mistérios, mas uma fé racional , que se baseia em fatos e que deseja a luz. Não repudia qualquer nenhuma descoberta da Ciência, dado que a Ciência é a coletânea das leis da Natureza e que, sendo de Deus essas leis, repudiar a Ciência fora repudiar a obra de Deus (O P. - 201.)

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            O Espiritismo se funda na  observação dos fatos  que resultam das relações entre o mundo visível e o mundo invisível. Estando na ordem dos da Natureza, esses fatos se produziram  em todas as épocas e abundam principalmente nos livros sagrados de todas as religiões, pois que serviram de base à maioria das  crenças. Por não as terem os homens  compreendido, é que a Bíblia e os Evangelhos apresentam tantas  passagens obscuras e que foram interpretadas em sentidos diferentes. O Espiritismo traz a chave que lhes facilitará a inteligência.   (O.P. - 68.)

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            O Espiritismo não tem nacionalidade e não parte de nenhum culto existente, nenhuma classe social o impõe, visto que qualquer pessoa pode receber instruções de seus parentes e amigos de além  túmulo.
(E. - 18.)

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            Se o Espiritismo é uma quimera, ele cairá por si mesmo, sem que para isso se esforcem tanto: se o perseguem é porque o temem, e só uma coisa séria pode causar temor. Se, ao contrário, é uma realidade, então está em a Natureza e ninguém com um traço de pena pode revogar uma lei natural. (Oq. - Pág . 77.)

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            O Espiritismo tem por fim combater a incredulidade e suas funestas consequências, fornecendo provas  patentes da existência da alma e da vida futura; ele se dirige, pois, àqueles que em nada creem ou que de tudo duvidam, e o número desses não é pequeno. Os que tem fé religiosa e a quem esta fé satisfaz dele não  tem necessidade. (Oq. - Pág. 78.)

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            O Espiritismo é hoje um fato consumado; ele já conquistou o seu lugar na opinião pública e entre as doutrinas filosóficas ; é pois preciso que aqueles a quem não  convém, se resignem a vê-lo a seu lado,  restaurando lhes a liberdade de recusa-!o.  (0q. – Pág.  78.)

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            O Espiritismo não se impõe; porque respeita a liberdade de consciência; ele sobe também que toda crença imposta é superficial e não desperta senão  as aparências da fé; nuca, porém, a fé sincera. Ele expõe seus princípios aos olhos de todos, de modo a cada um poder formar opinião segura. (Oq. Pág. 79)

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            Se o Espiritismo negasse a existência de Deus, da alma, da sua individualidade e imortalidade, das penas e recompensas futuras, do livre arbítrio, do homem; se ele ensinasse que cada um só deve viver para si, não pensar senão em si, não seria contrário à Religião Católica, como a todas as religiões do mundo ; ele seria a negação de todas as leis morais, base das sociedades humanas.  (0q. – Pág. 83).


- Continua -  


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