Oração
Intercessória
Jesus, Mestre e Senhor!
Recordando a simplicidade da tua manjedoura, venho, em nome das mães esquecidas, rogar misericórdia...
Em memória do teu nascimento, todos recordam os pequeninos aflitos, essas avezinhas estioladas no jardim da vida, oferecendo-lhes brindes coloridos e levando-lhes ternura especial de um só dia...
Eu, no entanto, recordo-me de outros seres que o mundo esqueceu e que são a razão da existência dos pequeninos: as mães!
Desejo suplicar, então, pelas mães enfermas que não podem, na tua noite, oscular o rosto róseo do próprio filhinho;
pelas mães presidiárias que, através das grades, não alcançam os rebentos da própria carne;
pelas mães adulterinas que coroaram o amor ilícito, recebendo os filhos, embora desprezadas por todos;
pelas mães solteiras que procuram reabilitação, sofrendo ao lado da carne da sua carne;
pelas mães esfaimadas que contemplam os pequeninos sem terem o que dar;
pelas mães que se viram constrangidas a entregar o filho a mães alheias e mercenárias, para ocultarem a própria desonra;
e, também, Jesus, por aquelas outras mães que, na noite, estarão vendendo emoções, buscando transformar a dor em gota de leite para o filhinho esquálido que se tornou a razão da vida.
Todavia outras mães há, ainda mais infelizes, por quem ouso rogar: aquelas que assassinaram o rebento do amor e, mais tarde, enlouqueceram de dor, vencidas pela própria insânia...
Oh! Amigo Celestial, são todas mães. Mães como a Santíssima que, entretanto, naufragaram no grande pantanal da vida.
Alonga o teu amor ante a evocação da manjedoura ornamentada de animais domésticos, onde estiveste, até nós outras que ainda nos demoramos na animalidade primitiva, distantes do verdadeiro discernimento e socorre-nos.
Lá fora vibram sinos em anunciação, cantando as suaves melodias da tua vinda e nós, as mães solitárias, encarnadas e desencarnadas, que acompanhamos os filhinhos mergulhados na dor, ajoelhamo-nos e voltamos a suplicar:
Nasce Jesus, nasce outra vez dentro de nós, para que a claridade da tua vida seja uma Boa Nova de bênçãos, no caminho de trevas em que nos demoramos!
Aura Celeste
in “Crestomatia da Imortalidade” (pág. 202 da 2ª Ed 1989 – Ed. LEAL)
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