Em Oração
Senhor: — Neste Natal, ensina-nos a respeitar a força do direito alheio na estrada do nosso dever.
Ante as vicissitudes do caminho, recorda-nos, neste momento natalino, de que no supremo sacrifício da Cruz, entre o escândalo da multidão e o desprezo da Lei, erigiste um monumento à justiça, na grandeza do amor.
Ajuda-nos, assim, a esquecer todo o mal, cultivando a árvore generosa do perdão.
Estimula-nos, Mestre, neste Natal, à claridade do bem sem limites, para que o nosso entusiasmo na fé não seja igual a ligeiro meteoro riscando o céu de nossas esperanças, para apagar-se depois...
Concede-nos a felicidade ímpar de caminhar na trilha do auxílio porque, só aí, através do socorro aos nossos irmãos, aprendemos a cultivar a própria felicidade.
Tu que nos ensinaste sem palavras no testemunho glorioso da crucificação, ajuda-nos a desculpar incessantemente, trabalhando dentro de nós mesmos pela transformação do nosso espírito, na sucessão do tempo, dia a dia, noite a noite, a fim de que, lapidado, possamos apresentá-lo a Ti no termo da nossa jornada.
É Natal, Divino Mestre, por isto Te suplicamos: ensina-nos a enxergar a Tua Ressurreição sublime, mas permite também que recordemos o suplício da Tua solidão, a coroa de espinhos, a cruz infamante e o silêncio tumular que a precederam, como lições incomparáveis para nós, na hora do sofrimento, quando nos chegue.
Favorece-nos com a segurança da ascensão aos Altos Cimos, porém não nos deixes olvidar que após a jornada silenciosa durante quarenta dias e quarenta noites, entre jejum e meditação, experimentaste a perturbação do mundo e dos homens, em tentações implacáveis que, naturalmente, atravessarão também nossos caminhos...
Neste Natal que se aproxima, Mestre, dá-nos a certeza do Reino dos Céus, todavia não nos deixes esquecer que na Terra, por enquanto, não há lugar para os que servem, tanto quanto não o houve para Ti mesmo, auxiliando-nos, entretanto, a viver no mundo, até a conclusão de nossa tarefa redentora.
Ajuda-nos, Divino Companheiro, a pisar os espinhos sem reclamação, vencendo as dificuldades sem queixas, porque é vivendo nobremente que fazemos jus a uma desencarnação honrada como pórtico de uma ressurreição gloriosa.
Senhor Jesus, ensina-nos a perdoar, ajudando-nos a esquecer todo o mal para sermos dignos de Ti!...
Manoel Philomeno de Miranda
por Divaldo Franco
(Adaptação do texto à pág. 47 da 6ª Ed. (1992) do livro ‘Nos Bastidores da Obsessão’
Fonte: “A Prece Segundo os Espíritos” – Divaldo Pereira Franco / Diversos Espíritos
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