Palavras e Atos
por José Augusto T. Romero
Reformador (FEB) 16 de Outubro de 1925
As palavras
que fluem dos nossos lábios, visando instruir o próximo nas verdades de ordem
divina, para que atinjam o objetivo almejado, necessário é que tenham por apoio
seguro os bons atos que emanam do coração, pois, do contrário, jamais
produzirão frutos sazonados.
O
ensinamento deve guardar paralelismo com as boas ações, correspondendo com
equidade ao ideal colimado, além de revestir os requisitos exigidos pelo
Mestre, que praticava sempre o que ensinava.
É
improdutivo todo ensino que não se apoia solidamente em ações elevadas, em o
sentimento de amor ao próximo e na prática da caridade cristã. Admirar a moral
pura que o Cristo exemplificou, eximindo-se de praticá-la, é contrariar deveres
impostos pela consciência que, no momento oportuno, fará sentir com veemência o
descaso anteriormente praticado e que seria previdentemente neutralizado, se
fosse observado com leal sinceridade o ensino cristão.
Este
deve ser ministrado com a máxima prudência, precaução e tolerância, para que
não se converta em opinião própria, que degenera sempre em fanatismo cego,
produzindo o desvirtuamento da doutrina, desnaturando-lhe a pureza e obumbrando-lhe (obscurecendo) o
brilho.
Por
que motivo os dissidentes do Cristianismo, em um período tão longo, ainda não
conseguiram reunir todos os povos do Planeta num só laço de fraternidade?
Certamente, porque, desviando-se da verdadeira moral que o Mestre nos legou,
ministram ensinos que não se fundamentam nos atos praticados.
Pelo só fato
de se esposar uma doutrina, às vezes com entusiasmo invulgar, sem ter no íntimo
todo interesse de propugnar, em primeiro lugar, pelo aperfeiçoamento próprio,
jamais se obterá resultado eficiente e proveitoso.
O
Divino Mestre, em suas sublimes exortações, quer que o nosso modo de agir na
divulgação do ensino evangélico seja acorde com o critério íntimo.
O insucesso
na propagação da doutrina está na razão direta da falta de metódica
organização, sobretudo quando a mente age como uma espécie de autômato,
sem reflexão prévia, tão necessária a quem se incumbe da nobre missão de
instruir.
A
responsabilidade aumenta na proporção dos conhecimentos adquiridos. “Muito
será pedido a quem muito foi dado”.
"Entrará no reino dos céus aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus."
ResponderExcluir"Muito será pedido a quem muito foi dado."
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