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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Ensinos de Jesus

 

Ensinos de Jesus

por Antônio Neto

livro: “Libertação” (Editora Ismael-Araras-SP, 1955)

                 “Então aquele discípulo a quem Jesus amava, disse a Pedro: - É o Senhor? E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-lhe com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar.” JOÃO, 21;7

             Que o Espiritismo é o Cristianismo redivivo, em suas linhas de simplicidade original, de palpitação atuante no intercãmbio entre as várias esferas que constituem os muitos planos da Vida, basta folhear os Evangelhos para a ilação fatal e imediata.

            A todo instante nos falam os historiadoresdo Mestre da comunhãoespiritual que, a título de consolação perene, o Senhor legaria aos seus filhos angustiados. É  a eterna manifestação da bondade e da misericórdia  divinas através bda porta do, hoje, chamado mediunismo.  

            No capítulo segundo, número dois e seguintes, dos Atos dos Apóstolos, o evangelista nos conta que “de repente, chegou, do céu, u som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que se achavam assentados.

            E foram vistas, por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousavam sobre cada um.

            E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falr noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.

            E correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria lingua em que foram nascidos.

            E todos pasmavam e se maravilhavam.

            Partos e medas, elamitas e os que habitavam na Mesopotânea, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, cretenses, árabes e forasteiros romanos, todos ouviam, na própria lingua, falar das grandezas de Deus.”

            Após um estrangulamento temporário, em que as vozes do Além permaneceram condenadas pelos círculos religiosos conhecidos, eis que as palavras de Pedro, atualizadas pelo imperativo da Verdade, voltam a ser reclamadas pelos defensores da doutrina renascida. Eis porque os espíritas repetem, na sua sinceridade: “Estes homens nãp serão embriagados, como vós pensais, não estão enlouquecidos. Confirma-se, apenas, o que foi dito pelo profeta Joel na longinqua antiguidade: nos últimos dias, disse o Senhor, acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; e vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões e os vossos velhos sonharão sonhos. Derramarei o meu Espírito sobre os meus servos; e minhas servas, naqueles dias, profetizarão.”

            É a maravilha da Doutrina Cristã, sempre viva e presente, na su pureza primitiva, através dos exercícios de elevação constante em que as gerações se preparam para a implantação da Nova Jerusalém.

            É a renovação do Espírito Santo impelindo Simeão ao Templo, atrás da Consolação de Israel... é a revivescência mediúnica das atividades altíssimas de Ana, a profetisa da família de Fanuel...

            E Saul procurando a pitonisa, necessitado da orientação do profet falecido... é Moisés, no Monte Sinai, aguardando os Mandamentos...

            É o Cristo transfigurado... é Madalena no sepulcro, procurando o seu Senhor...

            É Natanael buscando o Cristo, por intermédio de Filipe... as bodas de Caná..

            É a Samaritana è beira do poço... o paralítico de Betesda... a multiplicação dos pães...

            E Jesus andando sobre as ondas... a cura do cego de nascença..

            E Lásaro ressuscitado...

            A porta estreita simbólica, dos ensinos de Jesus...

            E Zaqueu, o publicano... o homem de mão mirrada... o centurião de Cafarnaum...

            Os leprosos e os endemoinhados... as pecadoras e os lunáticos a caminho da redenção...

            É a vida, plena de exemplos, do Médico Divino... dos seus emissários fiéis apedrejados pelo povo...

            É o Cristo, constantemente.

            Quando, pois, a voz macia do discípulo amado escoar, de novo, nos nossos corações, dizendo: - É o Senhor! Imitemos a Simão Pedro, cingindo a túnica fraterna da solidariedade cristã, e lancemo-nos ao mar do auxílio mútuo, para que o Cristo nos encontre no nosso posto de trabalho, dentro do campo imenso da Sua Seara Divina. E, enquanto, muitos, “maravilhados e suspensos, disseram entre si – que quer isto dizer?” deixemos que os demais prossigam na indiferença ou na zombaria... Não é o mosto que nos impede, mas o Cristo que nos chama porque o reino de Deus não estará longe de nós.


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