Na fase do entendimento
A Redação
Reformador (FEB) Março 1977
Ultrapassado
o primeiro, e substanciado o período seguinte na monumental Codificação do
Espiritismo, o Mestre Allan Kardec, sabiamente, à base do raciocínio e da
filosofia, pois, daí em diante, a fé seria raciocinada – para poder “encarar
face a face a razão, em todas as épocas da Humanidade -, expõe algo do que
caracterizaria a Doutrina: “O essencial está em que o ensino dos Espíritos é
eminentemente cristão; apoia-se na imortalidade da alma, nas penas e
recompensas futuras, na justiça de Deus, no livre-arbítrio do homem, na moral
do Cristo.” (Ob. cit. questão 222.) “O Espiritismo é forte porque assenta sobre
as próprias bases da religião.” “Os que
dizem que as crenças espíritas ameaçam invadir o mundo proclamam, ipso facto,
a força do Espiritismo, porque jamais poderia tornar-se universal uma ideia sem
fundamento e destituída de lógica.” “Não vos
espanteis da rapidez com que as ideias espíritas se propagam. A causa dessa
celeridade reside na satisfação que trazem a todos os que se aprofundam e que nelas
veem alguma coisa mais do que fútil passatempo.” “(...) as consequências do
Espiritismo são tornar melhor o homem e, portanto, mais feliz,
pela prática da mais pura moral evangélica ...” (Ob. Cit., Conclusão.)
Superiormente
sistematizada a Doutrina dos Espíritos, concluído o segundo período de
maturação das ideias que o futuro complementaria continuamente, surgia o 31 de
março de 1869. E, cessada a atividade do Missionário lionês, na crosta
planetária, abria-se o último dos períodos apontados, definitivo, o da
aplicação e das consequências, da vivência dos ensinamentos de Jesus Cristo, em
espírito e verdade, que ele soube tão bem antever e perlustrar, na sua
condição de lúcido vanguardeiro de uma Nova Era. Tornar-se-ia melhor o homem e
mais feliz, seguindo o roteiro das almas para a gloriosa imortalidade.
Allan
Kardec não deixou de esclarecer que o segredo da força que faria triunfar o
Espiritismo, a causa de sua propagação residem no fato que ele, melhor
compreendido na sai essência íntima e no seu alcance, “tanger a corda mais
sensível do homem: a da sua felicidade, mesmo neste mundo. Enquanto a sua
influência não atinge as massas, ele vai felicitando os que o compreendem”. (Id.
ib.)
No
estudo da questão 160 de “O Livro dos Espíritos”, Emmanuel distinguiu os mesmos
períodos como de aviso, chegada e entendimento. Considera
que Allan Kardec estabeleceu rumos, criando obrigações e definindo
responsabilidades, ao encetar a obra do entendimento, “que esclarece a posição da Doutrina
e do fenômeno, como quem separa o trigo da vestimenta de palha”. Reporta-se, em
seguida, ao fato de que a edificação espiritual obedece “à cronologia da mente”,
motivo por que se veem, ainda hoje, tantos que permanecem na faze do aviso,
a par de muitos que estacionam na da chegada, entre a esperança e a
convicção.
E
pondera, finalizando, que nos achamos na fase do entendimento, na qual precisamos
saber concretizar os princípios da fraternidade, esparzir o socorro moral às
consciências e levar a luz ao coração do povo, pois o Plano Espiritual atinge o
Plano Físico, visando a reunir todas as criaturas e habilitá-las “para a
continuidade do serviço de hoje, no grande futuro ou no grande além”... (“Seara
dos Médiuns”) , 2ª Ed., pp. 95-96, FEB).
Os
espíritas, portanto, no derradeiro quartel do século XX, não ignorarão o grande
desafio de tornar o Consolador mais e mais acessível às massas, em toda a
parte, fazendo eco à palavra do Alto. Se o “conhecereis a verdade, e a
verdade vos fará livres” (João 5:32) interessa a cada adepto do
Espiritismo, como ser eterno, não interessará menos a quantos mais aspirem pela
mensagem da Codificação Kardequiana.
Conhecereis a verdade e a verdade vos libertarã. ( João, 5:32 )
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