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quinta-feira, 8 de abril de 2021

Cremação ou sepultamento?

 


Cremação ou sepultamento?

A Redação          Reformador (FEB) Outubro 1963

             A edição de "O Cruzeiro", de 24 de Agosto p. p., trás longa reportagem sobre a questão da falta de terrenos para novos cemitérios e estampa, à página 30, as opiniões de D. Hélder Câmara, do rabino Zíngerevich e do Presidente da Federação Espirita Brasileira.

            D. Hélder procura apoiar a doutrina da Igreja Romana, mas se mostra esperançoso de que essa doutrina se modificará, aceitando a cremação.

            O Rabino é contrário à cremação, mas já admite a construção de jazigos, costume proibido entre os judeus.

            Por fim, a revista regista a opinião do Presidente da Federação Espírita Brasileira:

             Assim, como não somos contrários ao sepultamento, também não faremos oposição aos que preferem a cremação de cadáveres. Todavia, julgamos prudente que a cremação só seja realizada após a permanência dos corpos, por alguns dias, em criptas ou gavetões especiais. Agindo com essa prudência, evitamos que sejam cremadas pessoas em estado cataléptico; bem como daríamos tempo suficiente, segundo a Doutrina Espírita, a que os Espíritos de culturas apegadas à matéria se desliguem dos corpos em que estiverem enclausurados aqui no mundo, sem terem de sofrer uma separação brusca, muitas vezes traumática.

            “Como não cremos na ressurreição da carne, mas na ressurreição do Espírito através de vidas sucessivas, concordamos com a cremação e julgamos que, examinado o assunto por médicos e engenheiros, fácil lhes será concretizá-lo, construindo-se crematórios iguais aos já existentes em outros países, como Portugal e Índia.

            “Dessa forma, ficariam resolvidas as duas principais questões quanto ao destino a ser dado aos despojos mortais; a do espaço e a da higiene."

            Como vemos, das três correntes religiosas, a única que não se opôs à cremação foi a espírita. As outras se prenderam à letra das Escrituras.


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